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Desde 2004, a avaliação da efetividade do manejo em sistemas de áreas protegidas é uma recomendação do Programa de Trabalho para as Áreas Protegidas da Convenção sobre a Diversidade Biológica. No mundo todo, aproximadamente 4.000 aplicações já foram realizadas, utilizando 45 metodologias diferentes. As informações obtidas são armazenadas no Banco Mundial de Dados de Áreas Protegidas, administrado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em parceria com a UICN (União Mundial pela Natureza).
Aproximadamente 1.000 unidades de conservação em todo o mundo, foram avaliadas pela metodologia RAPPAM (Rapid Assessment and Priorization of Protected Area Management/ Avaliação rápida e priorização da gestão de unidades de conservação). Desenvolvida pela Rede WWF, a metodologia RAPPAM permite a avaliação rápida e priorização do manejo em unidades de conservação.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), em parceria com o WWF-Brasil, utilizou a metodologia RAPPAM para avaliar 246 unidades de conservação federais. Entre outubro de 2005 e dezembro de 2006, foram avaliadas 93 unidades no bioma Amazônia, 61 no Mata Atlântica, 40 no Marinho Costeiro, 27 no Cerrado, 17 no Caatinga, duas no Pantanal e uma no Pampa.
Os resultados e recomendações dessa aplicação foram publicados em “Efetividade de gestão das unidades de conservação federais do Brasil – Implementação do método RAPPAM”. Para o lançamento do estudo, WWF-Brasil e Ibama reuniram um grupo de especialistas de diferentes organizações para debater ferramentas de avaliação e monitoramento de gestão em unidades de conservação no seminário "Experiências com ferramentas de avaliação de efetividade de gestão das unidades de conservação". Realizado em junho de 2007, durante o V Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, em Foz do Iguaçu (PR), o evento contou com a participação de aproximadamente 300 pessoas entre gestores de unidades de conservação, representantes de órgãos públicos, organizações não-governamentais e estudantes.
O diretor de operações da Fundação Florestal e Instituto Florestal do estado de São Paulo, Luis Roberto de Oliveira, a coordenadora de Meio Ambiente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo do Estado do Espírito Santo, Maria da Penha Padovan, o analista de Projetos da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, Cristiano Cegana e o coordenador do Arpa, do Ministério do Meio Ambiente, Ronaldo Weigand, palestraram no seminário sobre diferentes experiências de avaliação de gestão em unidades de conservação.
Confira nessa seção do site as ferramentas apresentadas no debate e leia abaixo mais sobre a parceria entre Ibama e WWF-Brasil para a avaliação de efetividade de gestão de 246 unidades de conservação federais.
Unidades de Conservação Federais do Brasil
Em parceria com o WWF-Brasil, o Ibama utilizou a metodologia RAPPAM para avaliar 246 unidades de conservação federais. O processo foi iniciado em outubro de 2005 com aplicação de questionários em oficinas com os gestores, funcionários e demais colaboradores das unidades avaliadas. Foram realizadas dez oficinas para preenchimento, com 269 pessoas, e seis oficinas para recomendações, com 146 participantes. As respostas obtidas pelos questionários são analisadas por equipe técnica e resultam na visualização e sistematização dos pontos fortes e dos pontos a serem melhorados na gestão de áreas protegidas.
Entre os indicadores de análise estão os referentes ao contexto, como socioeconômico, biológico e vulnerabilidade, e os referentes ao ciclo de gestão, como planejamento, insumos, processos e resultados. Após a aplicação da metodologia foi constatado que 32 unidades estão em uma faixa de alta efetividade geral, 89 em uma faixa média e 125 unidades em uma faixa de baixa efetividade geral.
Durante o seminário de lançamento da publicação, o diretor de unidades de conservação de proteção integral do Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade, Marcelo Françozo, afirmou que não há como imaginar melhoria do sistema de unidades de conservação sem ter uma ferramenta que possibilite analisar o método de trabalho. Segundo ele, o processo de avaliação da efetividade de gestão permitiu rever procedimentos inadequados e enxergar a possibilidade de mudar. Isto condiciona que a metodologia seja aplicada regularmente, para garantir uma curva ascendente de melhorias dos processos de gestão de unidades de conservação.