O manejo orgânico visa o desenvolvimento econômico e produtivo que não polua, não destrua o meio ambiente e que valorize o homem.

A pecuária bovina de corte orgânica tem como objetivo uma produção que mantenha o equilíbrio ecológico englobando os componentes produtivos, ambiental e social, a partir de normas estabelecidas pelas instituições certificadoras.

Na criação, o gado orgânico é rastreado desde seu nascimento até o abate, com registro de peso, alimentação, vacinas, entre outras informações, em fichas individuais.

A alimentação dos animais é observada com especial atenção. Além da pastagem, outros ingredientes compõem o cardápio do gado orgânico como suplementação alimentar com grãos e rações isentas de organismos trangênicos.

Esses alimentos têm procedência garantida ou são produzidos pelos próprios pecuaristas de acordo com as normas da certificação.

Outra preocupação é quanto ao bem-estar dos animais. As fazendas trabalham com sombreamento das pastagens e currais em formato circular para que o gado não se machuque.

Uma das prioridades das certificadoras é garantir a segurança alimentar. Por isso, é exigida e monitorada a vacinação, inclusive contra febre aftosa. Em caso de alguma enfermidade, o gado orgânico é tratado com produtos fitoterápicos e homeopáticos.
Nas fazendas de pecuária orgânica certificada é proibido o uso de fogo para manejar as pastagens e ... 
© WWF-Brasil / Ivens Domingos
Nas fazendas de pecuária orgânica certificada é proibido o uso de fogo para manejar as pastagens e exigida a recuperação das áreas degradadas, a preservação das nascentes, das matas nas margens dos rios e nas encostas de morros.
© WWF-Brasil / Ivens Domingos

O que é pecuária orgânica?

A carne orgânica certificada é produzida a partir de um sistema produtivo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável.
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Onde a pecuária orgânica é desenvolvida?
Atualmente, apenas pecuaristas dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul produzem carne orgânica certificada no país.

São 26 fazendas, aproximadamente 131 mil hectares em pastagens e cerca de 99 mil cabeças de gado. Os projetos são certificados e acompanhados pelo Instituto Biodinâmico (IBD). http://www.ibd.com.br/

Mato Grosso do Sul
Desde julho de 2003 o programa Panatnal para Sempre trabalha com o fomento da pecuária orgãnica certificada como alternativa de produção sustentável para a região.

No estado do Mato Grosso do Sul, as ações são desevolvidas em parceria com a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO) e têm por objetivo estruturar a cadeia produtiva da carne orgânica no Pantanal.

A Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO) foi criada em 2001 por um grupo de pecuaristas em sua maioria descendentes de famílias historicamente envolvidas com o desenvolvimento da região.

Sediada em Campo Grande (MS), a associação é composta por um grupo de produtores rurais preocupados com a viabilidade econômica de seus empreendimentos e com a manutenção do equilíbrio ambiental e social da região.


Mato Grosso
No Mato Grosso, o estímulo à pecuária orgânica é feito em parceria com a Associação Brasileira de Produtores de Animais Orgânicos (Aspranor).

A parceria com o Programa Pantanal para Sempre, iniciada em 2004, inclui o incentivo à criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) nas fazendas dos associados e projeto de educação ambiental para as comunidades do Vale do Sepotuba.

A Aspranor foi criada em julho de 2004 e contempla, além da pecuária bovina de corte e de leite, a suinocultura, a ovinocultura e a avicultura.

A associação está com a cadeia produtiva estruturada e comercializa a carne por meio da indústria frigorífica.

As propriedades que praticam a pecuária orgânica em Mato Grosso estão localizadas na Bacia do Rio Sepotuba, nas cabeceiras da Bacia Pantaneira.

Protocolo socioambiental

A parceria entre o WWF-Brasil e o segmento da pecuária orgânica do Mato Grosso do Sul deu um passo importante com a criação do protocolo interno de processos produtivos e responsabilidade socioambiental da ABPO, lançado em 2009.

Por meio dele, os pecuaristas assumem o compromisso de adotar critérios que vão além das exigências da lei e da certificação e que também são importantes para a conservação ambiental.

Leia o protocolo completo.

Inovações do protocolo da ABPO

  • criação de um sistema interno de auditoria para fiscalizar periodicamente as fazendas, além das visitas anuais que já são realizadas pela empresa certificadora
     
  • proibição de se desenvolver atividade de carvoaria em suas propriedades
     
  • o apoio à criação de um corredor ecológico das fazendas orgânicas por meio da conectividade de Reservas Legais e Áreas de Preservação Permante (APPs)
     
  • os pecuaristas se comprometem a seguir as boas práticas produtivas e de bem estar animal fornecidas pelo departamento técnico da ABPO e as recomendações da Embrapa Pantanal quando for necessário substituir pastagens nativas por espécies plantadas
     
  • incentivo ao desenvolvimento de pesquisas e novas técnicas complementares homeopáticas e fitoterápicas, visando o estabelecimento de um bom manejo sanitário.

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