Em 2019, mais de 3 milhões de hectares de vegetação foram queimados no Pantanal, gerando consequências devastadoras para a sobreviência de animais, muitos deles ameaçados de extinção, além de ser prejudicional para a saúde das pessoas e a economia local. Em 2020, o cenário é a ainda pior, com um aumento de 200% em relação ao número de focos no mesmo período do ano anterior.

O Pantanal vive uma das piores secas dos últimos 47 anos e muitas áreas do bioma que ainda deveriam estar inundadas por conta das chuvas dos meses anteriores estão secas, deixando mais vegetação exposta ao fogo. O rio Paraguai, um dos mais importantes do bioma, apresenta níveis críticos em seu volume de água.

De acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), neste ano foram constatados 10.153 focos de calor. No mesmo período de 2019, foram contabilizados 3.165 focos.

Desses, 58,4% foram registrados nos 31 dias de agosto. Ao todo foram 5.935 focos. A grande maioria deles (4.215) foi detectada no território de Mato Grosso, enquanto Mato Grosso do Sul ficou com 1.720. 

"Esses números mostram a fragilidade do bioma pantaneiro frente a mudanças no regime de chuvas na região", diz Júlio César Sampaio, líder da Iniciativa Pantanal do WWF, que reúne Brasil, Paraguai e Bolívia. 
 

Em 2020, houve no Pantanal um aumento de 220% no número de focos de fogo de 1 de janeiro a 31 de agosto

Pensando em minimizar a situação de despreparo e desamparo das comunidades em relação ao fogo que assola o Pantanal, o WWF-Brasil realizou a entrega de equipamentos e uniformes para as brigadas de combate comunitárias da região, que também recebem treinamentos do Prevfogo/Ibama.

Os materiais começaram a ser disponibilizados no dia 28 de agosto, junto com a capacitação das equipes de voluntários que serão instruídos a colaborar na contenção dos focos de calor em seu início, evitando que as chamas se alastrem e tomem grandes proporções.