As Unidades de Conservação
agosto, 23 2011
O noroeste do Mato Grosso é de difícil acesso, faz fronteira com o Sul do Amazonas e uma parte de Rondônia e compõe uma área chamada “Arco do Desmatamento”, conhecida internacionalmente pela presença intensa de madeireiras e grandes fazendas de criação de gado.
Por Jorge Eduardo Dantas de OliveiraO noroeste do Mato Grosso é de difícil acesso, faz fronteira com o Sul do Amazonas e uma parte de Rondônia e compõe uma área chamada “Arco do Desmatamento”, conhecida internacionalmente pela presença intensa de madeireiras e grandes fazendas de criação de gado.
A violência ligada aos conflitos fundiários e os problemas sociais derivados do isolamento das populações – como ausência de abastecimento de energia elétrica e desassistência na área da saúde e educação – são comuns na área, assim como os problemas ambientais: pesca predatória, poluição de rios, desmatamento, expansão agrícola desenfreada e ausência de fiscalização por parte dos órgãos ambientais estaduais e federais.
É neste contexto em que estão inseridas as quatro unidades de conservação visitadas pela Expedição Guariba-Roosevelt. São elas:
Reserva Extrativista (Resex) Guariba Roosevelt: Com 138 mil hectares, é a unidade de conservação que corre mais riscos ambientais. É a mais populosa, com 363 pessoas vivendo em seu interior - são 52 famílias em 37 comunidades diferentes, 19 no rio Guariba e 18 no rio Roosevelt. A presença de grandes fazendas e da MT-206, que passa pelo meio da reserva e vai do Mato Grosso a Rondônia, são fatores de risco às comunidades tradicionais e à flora e fauna da região. Na unidade de conservação, criada por meio do Decreto nº. 952, de 1996, há produção de látex, castanha-do-Pará e copaíba. Em 2007, a Lei nº. 8.680 ampliou os limites da reserva, chegando aos 138 mil hectares atuais – antes, ela possuía pouco mais de 57 mil hectares. É também conhecida na região pelo alto índice de violência e homicídios relacionados aos conflitos fundiários.
Estação Ecológica Rio Roosevelt: Possui 96 mil hectares e está situada à margem esquerda do Rio Roosevelt – a outra margem compõe a reserva extrativista descrita anteriormente. Criada em 1997, pelo Decreto no 1.798, seu principal problema ambiental é a pesca predatória, difícil de ser fiscalizada devido à grande extensão da área. Estima-se que pelo menos três toneladas de peixe sejam extraídas ilegalmente da estação ecológica todos os anos . É habitada por 30 pessoas, integrantes de uma mesma família, dividida em três comunidades. Em sua porção Sul, também é cortada pela estrada MT-206, vetor de problemas ambientais em toda sua extensão.
Estação Ecológica Rio Madeirinha: o rio Madeirinha é um dos afluentes do Roosevelt e também é conhecido pela variedade de peixes. Por isso, também é muito visado por pescadores profissionais. É a menor das unidades de conservação visitadas pela Expedição Guariba-Roosevelt, com pouco mais de 13 mil hectares de área, e foi criada pelo Decreto no 1.799, em 1997.
Parque Estadual Tucumã: foi criado em 2002, por meio do Decreto no 5.439. Possui 80.945 hectares e faz fronteira, ao norte, com o estado do Amazonas. Lá também ocorre a pesca predatória. É considerado desabitado pelos gestores públicos do Mato Grosso.