Retrospectiva 2020: o ano de crises e recordes de queimadas
dezembro, 24 2020
Clima mais quente e seco por causa da crise climática e o avanço do desmatamento contribuíram diretamente para cenário de crise e recordes
Clima mais quente e seco por causa da crise climática e o avanço do desmatamento contribuíram diretamente para cenário de crise e recordesPor Taís Meireles
Este foi um ano das crises. Além da pandemia de Covid-19, o país sofreu com recordes de queimadas. Entre 1 de janeiro e 7 de dezembro de 2020, foram detectados 101.292 focos de fogo na Amazônia, 63.032 no Cerrado e 21.924 no Pantanal, de acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Além do clima persistentemente mais quente e seco por causa da crise climática -estudo da Organização Meteorológica Mundial apontou que 2020 foi um dos três anos mais quentes da história, com temperatura média global cerca de 1,2°C acima do nível pré-industrial-, o avanço do desmatamento e uma série de outros problemas causaram as queimadas. Para enfrentar esta crise, realizamos uma série de ações emergenciais.
Amazônia
Na Amazônia, como parte das ações emergenciais que executamos desde as queimadas de 2019, apoiamos quem estava na linha de frente do combate ao fogo. Em junho de 2020, doamos 696 peças de combate ao fogo e EPI (Equipamentos de Proteção Individual) no valor de R$ 116 mil para o Corpo de Bombeiros do Amazonas. Em setembro, 45 brigadistas foram treinados com esses equipamentos.
Ainda em junho, para combater as queimadas em Apuí, no Sul do Amazonas, firmamos parceria com o Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia), com doação de abafadores, bombas-costais e mangueiras –para o combate direto às chamas– e enxadas, facões e vassouras metálicas para garantir que o fogo não avance em áreas de mata fechada. Além disso, entregamos um drone à Prefeitura de Apuí para auxiliar nas atividades de monitoramento e combate às queimadas.
Para a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Amazonas, também em junho, também foram disponibilizados 60 itens de combate ao fogo, entre mochilas de carga, mochilas antichama e queimadores pinga-fogo -somando cerca de R$ 52 mil em investimentos.
Em setembro, 163 peças de combate ao fogo e EPIs foram disponibilizados para o Corpo de Bombeiros do Acre, incluindo bombas flutuantes para captação de água, bombas costais, abafadores, sopradores, máscaras, luvas e capacetes.
Pantanal
No Pantanal, onde o fogo bateu recordes e consumiu 4,5 milhões de hectares de terra, segundo o Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro), também apoiamos os defensores do bioma.
Em agosto, o Observatório Pantanal, por meio de suas associações-membro -WWF-Brasil e Ecoa- realizou a entrega de equipamentos e uniformes para as brigadas comunitárias da região, que também recebem treinamentos do Prevfogo/Ibama. Ao todo, 28 voluntários receberam o treinamento para atuar, com os devidos equipamentos e roupas de proteção, nas situações de emergência.
Em setembro, cedemos uma aeronave para o Instituto Arara-Azul conseguir realizar diagnóstico do impacto do fogo na conservação da arara-azul, espécie-chave emblemática do Pantanal. Em novembro, para apoiar o mapeamento de ninhos do animal durante e após as queimadas, também doamos uma caminhonete ao instituto.
Para apoiar os indígenas que sofreram com o fogo, em outubro doamos cestas básicas para 30 famílias Boe-Bororo da Terra Indígena Perigara, 105 pessoas entre crianças, adultos e idosos, com o apoio logístico da Funai, que deslocou uma equipe técnica até o local para entregar as cestas de alimentos.
Também em outubro, doação feita pelo WWF-Brasil para o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) em novembro de 2019 contribuiu para o trabalho do Corpo de Bombeiros no estado.
Por fim, em dezembro, para auxiliar o trabalho do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) na recuperação dos animais que sobreviveram às queimadas do Pantanal, doamos materiais e medicamentos: 15 caixas de transporte de animais, 19 equipamentos de captura de animais, entre cambões, ganchos e pinções, além de 35 caixas de analgésicos e anestésicos.
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