Covid-19: povos Guajajara e Timbira recebem cestas básicas

agosto, 06 2020

WWF-Brasil enviou alimentos a 412 famílias do Maranhão
Por WWF-Brasil 

Com o apoio do Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN), o WWF-Brasil acaba de doar cestas básicas a 412 famílias indígenas de 13 aldeias das Terras Indígenas Geraldo Tocu Preto, Rodeador, Morro Branco e Cana Brava, localizadas no centro-oeste do Maranhão. No total, foram doados 4.223 kilos de alimentos.  

Povos Guajajara e Timbira (Krepynkatejê) das Terras Indígenas Geralda Toco Preto, Rodeador e Morro Branco localizam-se às margens da rodovia BR 226, na qual trafegam mais de 4.000 veículos por dia, vindos de diversas partes do país. Ao estarem localizadas numa zona de tráfego intenso, o risco de contaminação pelo novo coronavírus é muito alto. Como forma de prevenção, a ordem dos caciques é a de que todos fiquem isolados nas aldeias. Essa determinação, no entanto, impossibilita a saída para aquisição de produtos alimentícios e outros que dependem da cidade.

“Recebemos um apelo da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (COAPIMA) que solicitou apoio em caráter de urgência às comunidades em isolamento por conta da pandemia, especialmente na região centro-oeste do estado, onde se apresentam os índices socioeconômicos mais preocupantes, apoios muito reduzidos, bem como um grande número de pessoas e aldeias próximas a centros urbanos, configurando um local de alto grau de vulnerabilidade à covid-19”, explica João Guilherme Nunes Cruz, Coordenador do Programa Povos Indígenas do ISPN.

O ISPN trabalha com o povo Guajajara há mais de 7 anos. Depois de uma análise extensa, detectou-se que as comunidades indígenas da região Centro Oeste do Maranhão eram as que estavam em maior situação de vulnerabilidade por conta da insegurança alimentar e nutricional, agravada pela necessidade de isolamento social provocada pela pandemia do novo coronavírus.

“Foi muito importante apoiar os Guajajara e os Timbira (Krepynkatejê), localizados na transição do Cerrado para a Amazônia. Esses dois povos fazem parte da atuação do WWF-Brasil no Matopiba, da qual o estado do Maranhão faz parte. Durante a pandemia, mais do que nunca é fundamental apoiar a causa indígena e a segurança alimentar e nutricional das pessoas em vulnerabilidade social”, afirma Abilio Vinícius, analista de conservação do WWF-Brasil.
 
A atuação emergencial do WWF-Brasil durante a pandemia
 
Diante do cenário alarmante e do descaso do atual governo, sem políticas públicas específicas e efetivas destinadas aos povos indígenas, quilombolas e demais comunidades tradicionais durante a pandemia da COVID-19, o WWF-Brasil traçou um plano emergencial para atender comunidades vulneráveis. Nesse sentido, está doando alimentos, produtos de higiene, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e outros materiais. O objetivo é evitar casos de surto entre essas populações e permitir que elas possam ficar em casa com segurança.

Mais de 11 mil pessoas já foram atendidas pelo WWF-Brasil, com apoio de organizações parceiras: 100 trabalhadores de cooperativas agroextrativistas do Cerrado, 100 famílias afrodescendentes e de baixa renda do Recife e 233 famílias de agroextrativistas das Resex Ituxí e Médio Purus, no sul do Amazonas.

Já foram doadas mais de 35 toneladas de alimentos.

*Texto editado, com números atualizados de beneficiados, em 26 de março de 2021.
As comunidades se localizam às margens da rodovia BR 226, local de tráfego intenso
© Imagem cedida pelo ISPN
132 famílias indígenas do Maranhão acabam de receber cestas básicas
© Imagens cedidas pelo ISPN
O apoio emergencial para os Guajajaras e Timbiras ocorre para garantir segurança alimentar durante a pandemia
© Imagem cedida pelo ISPN
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