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Áreas Úmidas
Você Sabia?
Importantes para o equilíbrio ecológico da Terra, as áreas úmidas são zonas de fronteira entre ambientes aquáticos e terrestres.
Ao todo, são classificados 42 diferentes tipos de áreas úmidas.
As áreas úmidas sofrem com vários problemas: drenagem, poluição, mineração, grandes obras de infraestrutura, exploração indevida de recursos naturais e desmatamento.
O que são áreas úmidas?
Áreas úmidas são zonas de fronteira entre ambientes aquáticos e terrestres, que possuem o solo encoberto por água periodicamente ou durante todo o ano, incluindo áreas de água doce ou marítima com menos de seis metros de profundidade.
Charcos, pântanos, várzeas, mangues, turfas, igapós e buritizais não são tão populares como as florestas tropicais, mas são ecossistemas tão importantes quanto para a vida em nosso planeta. Ao todo, são classificados 42 diferentes tipos de áreas úmidas.
A definição desse conceito surgiu na Convenção de Ramsar, tratado intergovernamental celebrado no Irã, em 1971, que marcou o início das ações nacionais e internacionais para a conservação e o uso sustentável das zonas úmidas e de seus recursos naturais. Atualmente, 150 países são signatários do tratado, incluindo o Brasil.
A Convenção também classificou as áreas úmidas de importância mundial, os chamados Sítios Ramsar. Existem 1.556 Sítios Ramsar reconhecidos mundialmente por suas características, biodiversidade e importância estratégica para as populações locais.
O Brasil possui a maior área alagável continental do mundo, o Pantanal.
Além do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense (MT), o país possui outras 23 áreas classificadas como Sítios Ramsar, como a Estação Ecológica Mamirauá (AM), Ilha do Bananal (TO), Reentrâncias Maranhenses (MA), Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense (MA), Parque Estadual Marinho do Parcel de Manoel Luz (MA), Lagoa do Peixe (RS) e a Reserva Particular do Patrimônio Natural Sesc Pantanal (MT).
Qual a importância das áreas úmidas para o planeta?
Segundo o Relatório Ramsar 2018, as áreas úmidas oferecem lar para 40% das espécies de todo o mundo e fornecem água e alimento para mais de 1 bilhão de pessoas. Além disso, chegam a absorver e estocar 50 vezes mais carbono da atmosfera do que as florestas tropicais.
No mundo todo, as áreas úmidas somam aproximadamente 13,6 milhões de quilômetros quadrados. Ocupam quase 20% da América do Sul e quase o mesmo tanto do território brasileiro. Na Bacia Amazônica, são mais de 30% do território, totalizando mais de 2 milhões de quilômetros quadrados.
As áreas úmidas são importantes para o equilíbrio ecológico da Terra com papel fundamental nos ciclos de água, de nutrientes, na recarga dos lençóis freáticos e na manutenção da biodiversidade.
Nesses locais, geralmente há flora e fauna adaptadas às condições hídricas que resulta numa alta taxa de espécies endêmicas -ou seja, espécies que só existem ali. Essas formas de vida têm adaptações específicas, que lhes permitem sobreviver e coexistir nestes ambientes.
Como parte integrante desta biodiversidade, o ser humano também se beneficia da existência das áreas úmidas. A humanidade sempre procurou essas áreas para morar porque fornecem muitos recursos naturais, que podem ser considerados serviços ecossistêmicos ou ambientais.
Em biomas como Amazônia e Pantanal, tais serviços podem ser alimento para comunidades locais, como peixes e a caça de subsistência, mel e frutos nativos ou de manejo florestal como a madeira.
No caso das várzeas, que possuem solo rico em nutrientes, atividades como pecuária e agricultura normalmente se destacam.
Cursos fluviais servem como vias de acesso e mobilidade, além de formarem cenários paisagísticos que proporcionam experiências singulares para ecoturistas.
Que tipos de ameaças atingem as áreas úmidas?
As áreas úmidas sofrem com vários problemas. Um deles é a drenagem, pois há quem drene essas áreas para deixá-las mais secas e aproveitá-las para pecuária e agricultura.
Outras questões são: a poluição das águas pelos esgotos e resíduos domésticos; a mineração, que joga dejetos nesses espaços; a construção de hidrelétricas, que muda o regime hidrológico das áreas úmidas, causando mudanças nos ciclos de secas e cheias, acarretando grandes impactos nesses ambientes; a construção de hidrovias e diques; a exploração indevida de recursos naturais como peixes e madeiras; o desmatamento nas cabeceiras que também resultam na degradação desses ambientes.
De que maneira a população pode ajudar a conservar as áreas úmidas?
Ter cuidado com os resíduos e com o lixo é fundamental.
Além disso, é preciso combater o desmatamento, pois as áreas úmidas são muito sensíveis. Hoje parte delas são denominadas APP (Área de Preservação Permanente), como descrito no Código Florestal. Evitar o desmatamento das margens de rios ajuda a protegê-las e a manter a dinâmica saudável dos ambientes.
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