Em defesa da vida

junho, 11 2021

Apesar das dificuldades, conseguimos encerrar 2020 com um balanço positivo de nossas atividades
Apesar das dificuldades, conseguimos encerrar 2020 com um balanço positivo de nossas atividades

Por Mauricio Voivodic


O ano de 2020 começou com o meio ambiente sob ataque. Quando a realidade avassaladora da Covid-19 se impôs, os desafios se multiplicaram no país. E a disseminação do vírus, seja aqui, seja no exterior, ratificou que organizações como o WWF-Brasil são vitais para a sobrevivência do planeta. Não apenas pela conservação da biodiversidade e redução das emissões de gases de efeito estufa, mas também pela necessidade de frear futuras pandemias, já que desmatamento e degradação florestal são os principais causadores de doenças transmitidas de animais para humanos, como a Covid.

Enquanto milhares de pessoas morriam Brasil afora, organizações da sociedade civil levavam alimentos a populações vulneráveis; uma batalha contra retrocessos na legislação e em políticas socioambientais era travada; ativistas eram perseguidos e assassinados; e o país ardia em chamas. Mais de 27% do Pantanal –ou 40.606 quilômetros quadrados– foram consumidos pelo fogo em 2020, o equivalente a quase o tamanho do estado do Rio de Janeiro. Na Amazônia, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) detectou 103.137 focos de queimadas e 11.088 quilômetros quadrados desmatados, área equivalente a mais de sete vezes o município de São Paulo.

Em meio a todas as dificuldades, o WWF-Brasil se manteve firme em seu Propósito. Mesmo com a adoção de trabalho remoto desde 17 de março de 2020, conseguimos encerrar o ano passado com um balanço positivo de nossas atividades. Como você poderá conferir no nosso Relatório Anual, graças à parceria com dezenas de organizações, distribuímos 85 toneladas de alimentos, máscaras e itens de higiene para mais de 4,2 mil famílias indígenas, extrativistas, rurais, periurbanas e de comunidades tradicionais –totalizando mais de 20,3 mil beneficiados em 11 estados. Ainda apoiamos a instalação de quatro Unidades de Atenção Primária Indígena na Amazônia, atendendo mais 4.600 pessoas. 

Também continuamos investindo em estratégias de proteção territorial e combate ao fogo. Tanto que, de agosto de 2019 até o final de 2020, nossos projetos chegaram a mais de 18% da Amazônia Legal, área maior do que a soma dos territórios dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, beneficiando ao menos 70 mil pessoas diretamente e 3,770 milhões indiretamente. No Pantanal, concentramo-nos em 2020 em ações humanitárias; doação de equipamentos contra o fogo; e em apoios logísticos à pesquisa científica e para resgate de fauna. No Cerrado, lutamos contra o desmatamento no próprio território, mas também sensibilizamos autoridades e mercados dentro e fora do país. 

Tudo isso em paralelo à conclusão do nosso processo de transformação organizacional. Hoje, o foco do WWF-Brasil está na simbiose entre conservação da natureza e justiça socioambiental. As barreiras foram grandes ao longo do ano –e as dores também. Renovamos nosso dever com resiliência porque trabalhamos em defesa da vida!

Mauricio Voivodic
Diretor executivo do WWF-Brasil
Relatório Anual de Atividades de 2020
© Andre Dib / WWF-Brasil
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