Observatório de Áreas Protegidas e Clima é lançado na COP 13

dezembro, 06 2016

Plataforma colaborativa incentiva a cooperação de países amazônicos e reúne dados espaciais sobre as áreas protegidas
Por Frederico Brandão, de Cancun
 
Promover uma gestão mais qualificada e integrada de áreas protegidas da região amazônica e obter um melhor entendimento sobre sua relação com as mudanças climáticas. Esse é o objetivo do Observatório de Áreas Protegidas e Clima da Amazônia lançado na noite de ontem (5/12), na Conferência das Partes (COP) 13, em Cancun. Desenvolvida pelo WWF-Brasil, no âmbito de uma parceria regional entre WWF e REDPARQUES, a plataforma colaborativa pretende aumentar a cooperação regional sobre o tema, tornando-se uma base para o intercâmbio de informações para a gestão e as políticas de áreas protegidas.
 
O anúncio foi feito durante o evento paralelo “Áreas Protegidas da Amazônia, soluções naturais para as mudanças climáticas”, organizado pela REDPARQUES - Rede Técnica Latino-Americana de Diretores de Sistemas de Áreas Protegidas Nacionais, Comissão Mundial de Áreas Protegidas e WWF.
 
 A plataforma online reúne dados espaciais em uma ferramenta web-GIS de fácil manuseio. Além de mapas, os usuários também poderão encontrar publicações, notícias, infográficos e vídeos de diversos países. “Acreditamos que, além da cooperação regional, o Observatório também vai promover e acelerar o diálogo entre as partes interessadas e contribuir para um processo de tomada de decisão tecnicamente mais sólido para o desenvolvimento sustentável e a conservação da Amazônia”, explica Mariana Napolitano, coordenadora do Programa de Ciências do WWF-Brasil.
 
Outra proposta é avaliar de perto o progresso da meta 11 de Aichi - relacionada com a consolidação dos sistemas de áreas protegidas, apresentando os indicadores e o status de alcance da meta na região amazônica.
 
“Criamos também um espaço que oferece análises regionais sobre a integração do papel das áreas protegidas enquanto estratégia para mudanças climáticas e outros documentos de política”, conta Mariana. Também estão disponíveis links para baixar as principais políticas de mudanças climáticas e áreas protegidas dos países amazônicos - Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa.
 
Para acessar o site acesse: http://amazonprotectedareas.org/
 
Amazônia e Mudanças Climáticas
 O evento também reuniu representantes dos governos do Peru, Colômbia, Equador e Brasil, assim como especialistas em áreas protegidas de organizações como WWF-Brasil e IUCN para discutir o papel das áreas protegidas para a mitigação e a adaptação às mudanças climáticas.
 
Foram apresentados os avanços alcançados na implementação da Declaração de Áreas Protegidas e Mudanças Climáticas da REDPARQUES, lançado na COP de Clima de Paris, em 2015. Com base em um Plano de Ação para a implementação da Declaração, os 18 países membros da REDPARQUES, signatários da Declaração, se comprometeram a implementar ações nos níveis nacional, sub-regional e regional para integrar as áreas protegidas nas estratégias de adaptação e mitigação, e fortalecer a resiliência diante das mudanças.
 
Para Kathy Mackinnon, diretora da Comissão Mundial de Áreas Protegidas da IUCN, o evento foi uma excelente oportunidade para ver como os países amazônicos estão integrados. “Os latino-americanos têm feito um trabalho extradiordinário em áreas protegidas. Existe uma grande cooperação que une ações e iniciativas. Outas regiões do planeta devem ficar atentas para o que tem sido feito aqui”, explica.
 
Para Claudio Maretti, diretor do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), atualmente as áreas protegidas têm enfretado inúmeros desafios. “Sabemos que essas áreas são uma das mais importantes estratégias de conservação para alcançar as metas de Aichi. Ainda há muito o que fazer e precisamos continuar trabalhando nesta perspectiva regional se quisermos avançar”, avalia
 
De acordo com Julia Gorricho, coordenadora do projeto SNACC, a Declaração REDPARQUES é “uma das iniciativas políticas mais positivas para as áreas protegidas que vimos nos últimos dez anos. Graças à vontade política dos países signatários, foi possível avançar a agenda sobre áreas protegidas e alterações climáticas".
 
Na ocasião também foi lançada a publicação “Análise da vulnerabilidade e risco Climático da Amazônia e de suas áreas protegidas” do WWF.
 
 
Sobre Projeto Snacc – Áreas Protegidas, Soluções Naturais para a Mudança do Clima
O SNACC é um esforço regional para fortalecer os Sistemas de Áreas Protegidas da Amazônia e incluir o seu papel nas estratégias de mudanças climáticas e nos planos de desenvolvimento dos países. O projeto é implementado pela Rede de Cooperação Técnica Latino-Americana de Parques Nacionais, outras Áreas Protegidas e Vida Selvagem (REDPARQUES) e WWF. O SNACC é financiado pelo Ministério Federal Alemão do Ambiente, Conservação da Natureza, Construção e Segurança Nuclear (BMUB) da Alemanha, como parte da implementação da visão de conservação da Amazônia. Saiba mais: http://bit.ly/1F99ezO
 
Sobre o REDPARQUES
A REDPARQUES é um mecanismo técnico composto por diretores dos sistemas nacionais de áreas protegidas dos países membros. Seu objetivo é aumentar progressivamente a capacidade tecnológica e de gestão, com base no intercâmbio de experiências e conhecimentos entre os membros. Saiba mais: www.redparques.com
 
Abertura do evento paralelo “Áreas Protegidas da Amazônia, soluções naturais para as mudanças climáticas", como parte da COP 13
© Frederico Brandão/ WWF-Brasil
Panelistas do evento, da esquerda para direita: Santiago Silva (Ministério do Meio Ambiente do Equador); Mariana Napolitano (WWF-Brasil); Kathy MacKinnon (UICN); Julia Londoño (REDPARQUES); Pedro Gamboa (Sernanp Peru).
© Frederico Brandão/ WWF-Brasil
Mariana Napolitano explicando os detalhes do Observatório de Áreas Protegidas e Clima
© Frederico Brandão/ WWF-Brasil
Claudio Maretti (ICMBio) encerrou o evento
© Frederico Brandão/ WWF-Brasil
Parque Nacional dos Campos Amazônicos (AM/MT)
© Ana Rafaela D'Amico
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