Confrontados com o enorme declínio da natureza, os governos precisam vir para a próxima reunião da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) preparados para colocar em execução, com urgência, seus compromissos coletivos com a conservação da biodiversidade global e elevar bastante suas aspirações individuais. A reunião acontece no momento em que o ritmo adotado pelas nações indica que as metas da biodiversidade, acordadas internacionalmente para serem alcançadas até o fim desta década, não serão atingidas.
Em 2010, 193 países concordaram com uma série de esforços para melhorar as condições dos principais sistemas naturais, inclusive aquáticos, florestais e marinhos, assim como a vida silvestre que eles sustentam em todo o mundo. Quando acontecer a reunião dos países, de 4 a 17 de dezembro, em Cancún, no México, apenas 5% deles estarão a ponto de alcançar os objetivos da Convenção – que são conhecidos, no conjunto, como as metas de Aichi.
“O mundo tem um acordo e um plano coletivo sobre como reverter a perda da biodiversidade, mas isso ainda não se traduziu no nível correto de ambição e compromisso por parte dos países individualmente” afirmou Deon Nel, diretor da Conservação Global do secretariado internacional da Rede WWF.
Lamentavelmente, o nível de ambição para apoiar a natureza ainda é muito baixo e a conservação da biodiversidade continua a ser uma questão marginal dentro do planejamento econômico nacional. Em sua maior parte, os países se satisfazem com a exploração do meio ambiente com vistas a soluções econômicas de curto prazo, enquanto corroem seu potencial de fornecer alimentos, emprego e apoio ao desenvolvimento econômico e humano em longo prazo e de forma sustentável.
No Brasil, apesar dos esforços do governo brasileiro, o país tem ainda muitos desafios pela frente, como a criação de unidades de conservação (UCs) marinhas – apenas 1,5% foi criada de um total de 10% estabelecido pela meta 11 de Aichi. “O Brasil, enquanto signatário da CDB e país megadiverso, possui um papel chave para influenciar discussões e compartilhar experiências. O que está em jogo é a vida do planeta e nosso futuro comum. Urgem ações sólidas, de forma responsável, para assegurar a sobrevivência do capital natural, da riqueza biológica e de ecossistemas saudáveis que sustentam nosso desenvolvimento e bem-estar”, avalia Mariana Napolitano, diretora do Programa de Ciências do WWF-Brasil.
Um relatório recente da Rede WWF faz a projeção de que, até 2020 – mesmo ano em que devem ser alcançadas as metas de Aichi, pode haver uma redução de dois terços nas populações médias da vida silvestre, em relação às populações de 1970. O Relatório Planeta Vivo 2016 também destaca a promessa de acordos internacionais, como a CDB, para apoiar a biodiversidade e a população humana, que depende da natureza para o seu bem-estar.
“Em menos de uma geração, nós teremos as populações de vida silvestre reduzidas a um nível inimaginável, sem mencionar os danos feitos às florestas, oceanos e água doce. Nós não podemos reverter essa tendência em quatro anos; mas precisamos chegar em Cancún com o objetivo de mudar esse rumo”, afirmou Nel.
Os governos presentes à reunião de Cancún precisam descobrir maneiras de implementar o acordo global de forma mais eficaz. Para isso, é preciso fazer grandes esforços para incluir a biodiversidade nas decisões estratégicas sobre agricultura, pesca, atividades florestais e turismo. A importância da natureza precisa ser incorporada com mais firmeza nos planos nacionais de desenvolvimento sustentável, na política econômica e nos orçamentos nacionais, de forma que o real valor da biodiversidade seja adequadamente compreendido.
“No ano passado, o mundo se uniu com força para estabelecer planos globais sobre as mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável. Esses acordos não serão cumpridos se nós não levarmos a sério a conservação da biodiversidade”, disse Nel. “A biodiversidade é a terceira perna de um banco (de três pernas) na construção de um planeta sustentável e resiliente ao clima. Agora é a hora de os governos levarem essa questão a sério e demonstrarem um nível semelhante de comprometimento com a conservação da biodiversidade”.
A reunião dos países em Cancún deveria demonstrar, também, que eles estão preparados para cumprir seus compromissos e redirecionar subsídios prejudiciais à biodiversidade, bem como cumprir as promessas de duplicar o financiamento internacional para a conservação da biodiversidade, algo que deveria ter sido feito no ano passado.
Em 2010, 193 países concordaram com uma série de esforços para melhorar as condições dos principais sistemas naturais, inclusive aquáticos, florestais e marinhos, assim como a vida silvestre que eles sustentam em todo o mundo. Quando acontecer a reunião dos países, de 4 a 17 de dezembro, em Cancún, no México, apenas 5% deles estarão a ponto de alcançar os objetivos da Convenção – que são conhecidos, no conjunto, como as metas de Aichi.
“O mundo tem um acordo e um plano coletivo sobre como reverter a perda da biodiversidade, mas isso ainda não se traduziu no nível correto de ambição e compromisso por parte dos países individualmente” afirmou Deon Nel, diretor da Conservação Global do secretariado internacional da Rede WWF.
Lamentavelmente, o nível de ambição para apoiar a natureza ainda é muito baixo e a conservação da biodiversidade continua a ser uma questão marginal dentro do planejamento econômico nacional. Em sua maior parte, os países se satisfazem com a exploração do meio ambiente com vistas a soluções econômicas de curto prazo, enquanto corroem seu potencial de fornecer alimentos, emprego e apoio ao desenvolvimento econômico e humano em longo prazo e de forma sustentável.
No Brasil, apesar dos esforços do governo brasileiro, o país tem ainda muitos desafios pela frente, como a criação de unidades de conservação (UCs) marinhas – apenas 1,5% foi criada de um total de 10% estabelecido pela meta 11 de Aichi. “O Brasil, enquanto signatário da CDB e país megadiverso, possui um papel chave para influenciar discussões e compartilhar experiências. O que está em jogo é a vida do planeta e nosso futuro comum. Urgem ações sólidas, de forma responsável, para assegurar a sobrevivência do capital natural, da riqueza biológica e de ecossistemas saudáveis que sustentam nosso desenvolvimento e bem-estar”, avalia Mariana Napolitano, diretora do Programa de Ciências do WWF-Brasil.
Um relatório recente da Rede WWF faz a projeção de que, até 2020 – mesmo ano em que devem ser alcançadas as metas de Aichi, pode haver uma redução de dois terços nas populações médias da vida silvestre, em relação às populações de 1970. O Relatório Planeta Vivo 2016 também destaca a promessa de acordos internacionais, como a CDB, para apoiar a biodiversidade e a população humana, que depende da natureza para o seu bem-estar.
“Em menos de uma geração, nós teremos as populações de vida silvestre reduzidas a um nível inimaginável, sem mencionar os danos feitos às florestas, oceanos e água doce. Nós não podemos reverter essa tendência em quatro anos; mas precisamos chegar em Cancún com o objetivo de mudar esse rumo”, afirmou Nel.
Os governos presentes à reunião de Cancún precisam descobrir maneiras de implementar o acordo global de forma mais eficaz. Para isso, é preciso fazer grandes esforços para incluir a biodiversidade nas decisões estratégicas sobre agricultura, pesca, atividades florestais e turismo. A importância da natureza precisa ser incorporada com mais firmeza nos planos nacionais de desenvolvimento sustentável, na política econômica e nos orçamentos nacionais, de forma que o real valor da biodiversidade seja adequadamente compreendido.
“No ano passado, o mundo se uniu com força para estabelecer planos globais sobre as mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável. Esses acordos não serão cumpridos se nós não levarmos a sério a conservação da biodiversidade”, disse Nel. “A biodiversidade é a terceira perna de um banco (de três pernas) na construção de um planeta sustentável e resiliente ao clima. Agora é a hora de os governos levarem essa questão a sério e demonstrarem um nível semelhante de comprometimento com a conservação da biodiversidade”.
A reunião dos países em Cancún deveria demonstrar, também, que eles estão preparados para cumprir seus compromissos e redirecionar subsídios prejudiciais à biodiversidade, bem como cumprir as promessas de duplicar o financiamento internacional para a conservação da biodiversidade, algo que deveria ter sido feito no ano passado.