Projeto CERES: desenvolvimento aliado aos povos do Cerrado

maio, 20 2021

Iniciativa busca soluções inteligentes para o clima com base em um modelo alternativo de desenvolvimento para o Cerrado
O Projeto Cerrado Resiliente (CERES) lançado na última quarta-feira, 12 de maio, tem como objetivo fortalecer a conservação da paisagem de forma inclusiva, valorizando um modelo econômico mais sustentável e integrado ao fortalecimento daqueles e daquelas que são os guardiões ancestrais do Cerrado: os povos e comunidades tradicionais.

Por Daniely Lima/WWF-Brasil

É com esse foco e inspiração que a União Europeia, o WWF-Brasil, WWF-Paraguai e o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) com coordenação do WWF-Holanda uniram-se para o desenvolvimento do projeto, que terá duração de 4 anos e visa desenvolver soluções inteligentes para o clima que possam ser aplicadas para outras paisagens de savana ao redor do mundo.

O evento virtual de lançamento movimentou uma manhã com o tema “Cerrado em foco: caminhos para uma produção sustentável no Brasil, Paraguai e no mundo” e contou com os painéis “A emergência do Cerrado” e “Possíveis Soluções” com a participação da Delegação da Comissão Europeia no Brasil e Paraguai; representantes do WWF, ISPN entre outros painelistas.

Cerrado Resiliente – CERES
O projeto CERES, ou Cerrado Resiliente, está estruturado em três eixos complementares. São eles a agricultura sustentável e sistemas alimentares de baixo carbono; a conservação por meio do uso sustentável da sociobiodiversidade e do fortalecimento das áreas protegidas; e o fortalecimento de políticas públicas e privadas e práticas de segurança hídrica e alimentar, manejo sustentável da paisagem e redução da conversão de ecossistemas.

“A perspectiva de integrar comunidades e suas atividades econômicas à paisagem passa pelas três áreas eleitas como prioridade pela União Europeia: alimentação, biodiversidade e clima.  E quando olhamos para o planeta, o Cerrado sul-americano tem um peso significativo em todas elas”, explica o Embaixador Ignacio Ybanez, chefe da Delegação da União Europeia no Brasil. 

“Trata-se de um bioma que exige muitas e diferentes soluções para que seu desenvolvimento seja inclusivo, de baixo carbono e sustentável e para que haja maior conscientização nacional e internacional sobre sua importância”, ressalta o embaixador.

O Cerrado, que é considerado savana mais biodiversa do mundo, abriga 5% da biodiversidade do planeta e conecta os principais biomas da América do Sul, enfrenta grandes desafios. No acumulado dos últimos 50 anos, o bioma já perdeu mais da metade da vegetação original. Da mesma maneira, as comunidades locais do Cerrado, que têm papel fundamental na conservação do Bioma e dependem dele para preservarem suas práticas econômicas e culturais, sofrem com os impactos da degradação.

Dada essa importância e urgência em repensar modelos econômicos mais sustentáveis, que integram as populações locais, o CERES irá concentrar recursos humanos e financeiros na busca de soluções inteligentes, que promovam equilíbrio entre a sustentabilidade e economia.
Acervo ISPN/Bento Viana
© Acervo ISPN/Bento Viana
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