abril, 03 2018
Renata Andrada Peña
O WWF-Brasil e o governo do estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), assinaram um termo de cooperação técnica para a conservação de Áreas Protegidas (AP’s) do estado. O documento prevê a realização de projetos, estudos, pesquisas e capacitação de profissionais voltados à conservação da biodiversidade e a criação, apoio e gestão de Unidades de Conservação (UC’s) e ações conjuntas de educação ambiental.
A ideia é que as duas entidades trabalhem considerando ações voltadas à Reserva da Biosfera, instrumento de conservação que favorece a descoberta de soluções para problemas como o desmatamento das florestas tropicais, efeito estufa, poluição atmosférica, entre outros.
A cooperação prevê ainda o trabalho para gestão efetiva de áreas protegidas públicas e privadas de Mato Grosso, o apoio ao desenvolvimento florestal, da indústria madeireira, o fortalecimento da educação ambiental e do sistema estadual de Recursos Hídricos e a implementação de ações de sustentabilidade ao Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, projeto idealizado em 2012 pelo WWF-Brasil para a conservação e desenvolvimento sustentável da maior área úmida do planeta.
Para o coordenador do Programa Cerrado Pantanal, Júlio César Sampaio, o acordo ratifica o que já vem sendo planejado e implementado pelo WWF-Brasil, signatário do Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal. “O apoio do governo do estado é muito importante para que as ações de conservação e de desenvolvimento sustentável na região do planalto, nas cabeceiras, sejam efetivamente implementadas e ampliadas”, disse.
O termo de cooperação terá vigência de dois anos, podendo ser prorrogado na forma da lei.
O Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal
O Pacto tem por objetivo recuperar nascentes degradas e conservar os rios Paraguai, Sepotuba, Jauru e Cabaçal, que fornecem cerca de 30% das águas que mantêm o pulso de inundação da planície pantaneira e afetam diariamente a vida de mais de 400 mil pessoas.
O projeto conta atualmente com 49 entidades parceiras. Atualmente, 82 nascentes já estão em processo de recuperação, mais de 40 famílias de baixa renda já foram beneficiadas com a instalação de biofossas em suas propriedades e mais de 100 km de estradas rurais já foram ambientalmente adequadas.
O WWF-Brasil atua no Pantanal desde a década de 1990. Em 2012, um estudo organizado pela ONG e parceiros revelou que a região das cabeceiras está em alto risco devido ao desmatamento, a falta de saneamento básico e as más práticas agropecuárias. Um estudo lançado em junho de 2017 pelo WWF-Brasil revelou que apenas 45% das cabeceiras do Pantanal estão preservadas.