"Cortar orçamento do meio ambiente vai sair caro", alerta senador Jorge Viana

outubro, 25 2017

Ao comentar a análise do WWF-Brasil sobre o orçamento, Viana condena cortes relacionados ao combate do desmatamento
“Cortar recursos do Ministério do Meio Ambiente, que são diretamente vinculados ao combate do desmatamento e a implementação do Acordo do Clima, vai sair caro”, disse o senador Jorge Viana (PT-AC) ao comentar a análise do WWF-Brasil sobre o orçamento da União para 2018.

O parlamentar condenou a verba da área ambiental para ano que vem, que será R$ 500 milhões menor do que a de 2017. “Mais de 50% dos cortes serão feitos nas verbas de controle e fiscalização ambiental”, alertou Viana durante a audiência da Comissão Mista de Mudanças Climáticas, nesta terça-feira (24).

Citando o estudo do WWF, Jorge Viana manifestou preocupação com a redução de recursos relacionados às ações de combate do desmatamento, que poderá repercutir internacionalmente nos cortes na 23ª Conferência de Clima da ONU, que se realiza em Bonn, na Alemanha (saiba mais).

Para ele, a redução orçamentária nas ações de combate ao desmatamento atrapalhará o cumprimento da meta brasileira de reduzir 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2025, em comparação a 2005, com indicativo de cortar 43% até 2030. 

Assista aqui ao pronunciamento do senador Jorge Viana.  

Hoje o assunto também repercutiu na Câmara dos Deputados durante evento da Frente Parlamentar Ambientalista. Para o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), que lidera a Frente, o assunto é de extrema importância e merece ser debatido com mais profundidade na Casa.

O especialista de Políticas Públicas do WWF-Brasil, Jaime Gesisky, alertou que as unidades de conservação serão bastante afetadas. “As ações orçamentárias que tratam de criação, implantação, monitoramento e projetos de manejo nas áreas protegidas terão corte de quase 50% menor – R$ 122,9 milhões contra R$ 244,5 milhões listados na proposta de 2017”.

Para Gesisky, o quadro é preocupante e sugere um desmonte da área ambiental. Neste sentido, o WWF deve acompanhar também o orçamento público dos estados e municípios para dar subsídios à sociedade para questionar a aplicação do dinheiro arrecadado com taxas e impostos, como para avaliar o desempenho do governo e suas prioridades.

A análise do Projeto de Lei do Orçamento Anual (Ploa) de 2018 foi realizado pelo WWF-Brasil em parceria com a ONG Contas Aberta sobre. Os dados fazem parte de um estudo a ser divulgado no final do ano, sobre o financiamento público à área de meio ambiente. Acesse aqui.
 
Senador condena cortes orçamentário na área ambiental
© Jefferson Rudy/Agência Senado
Jorge Viana comenta análise sobre orçamento do WWF-Brasil
© Clarissa Presotti / WWF-Brasil
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