Governo apresenta dados de desmatamento no Cerrado
novembro, 25 2015
Ao divulgar o relatório, governo lançou um sistema de monitoramento da cobertura florestal e uso do solo para o bioma
A menos de uma semana para a Conferência das Partes da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP21), que acontecerá em Paris, o Ministério do Meio Ambiente lançou, nesta quarta-feira (25), os dados sobre a situação do Cerrado.O Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite (PMDBBS) referente ao período de 2011, mostra que o ranking do desmatamento do bioma é liderado por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia conhecida como MATOPIBA e considerada a “última fronteira agrícola” do Brasil.
A devastação acumulada nestes estados chegou a 66% do total do desmatamento no bioma (7.248 km²), no ano pesquisado. O aumento da perda de vegetação do Cerrado comparado à última análise feita em 2010 foi de 12%, quando foram desmatados 6.469 quilômetros quadrados.
Já os resultados do Terraclass, destinado ao mapeamento do uso da terra e da cobertura vegetal do Cerrado com base em 2013, revelam que 54,5% do bioma ainda mantém sua vegetação natural. A análise mostra ainda que a agropecuária é a maior causa de conversão do Cerrado: as áreas de pastagens ocupam 29,5% do bioma, a agricultura anual representa 8,5% e as culturas perenes 3,1%, totalizando 41,1% do uso total.
De acordo com o CEO do WWF-Brasil, Carlos Nomoto, “esse anúncio é significativo, pois havia uma lacuna de mais de cinco anos de divulgação das informações referentes à perda de vegetação do bioma”.
Sem falar na sua importância diante da INDC brasileira (contribuição pretendida nacionalmente determinada, na sigla em inglês) no âmbito da COP 21, que não contém metas para a contenção do desmatamento no Cerrado. Essa pode ser a confirmação de que as contribuições voluntárias declaradas pelo Brasil sejam apenas o ponto de partida para uma política interna mais abrangente e ambiciosa de combate às mudanças climáticas.
Ao fazer o anúncio, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, adiantou que o governo vai expandir o monitoramento periódico do desmatamento para o Cerrado, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O Inpe coordena atualmente dois sistemas para a Amazônia, o Prodes que trata de informar a taxa anual do desmatamento das florestas e o Deter que faz um acompanhamento em tempo real para ajudar na fiscalização.