junho, 11 2013
por Aldem Bourscheit
Quinto maior afluente do São Francisco, o belíssimo rio Carinhanha (foto) pode sofrer com até 6 barramentos para geração de energia. O Conselho do Mosaico de Unidades de Conservação Sertão Veredas-Peruaçu é contra os empreendimentos, pois avalia que os mesmos levarão impactos ambientais, culturais e sociais severos a uma das regiões mais conservadas de todo o Cerrado.
Em moção (atalho ao lado) enviada a órgãos federais e estaduais, do Judiciário, ministérios públicos Federal e Estadual, prefeituras regionais e Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o grupo reitera que são prioritárias para conservação da biodiversidade nos níveis federal e estadual as áreas que podem ser afetadas pelas hidrelétricas.
Conforme o Ibama, estão em licenciamento três pequenas centrais hidrelétricas para o leito do Carinhanha. Cinco unidades de conservação do Mosaico que protegem trechos do rio serão afetadas direta ou indiretamente pelos empreendimentos. Ao todo, há 26 possíveis barramentos na Bacia do rio Carinhanha. Não foi feita análise conjunta dos impactos dessas obras.
Grande parte dessa região está dentro do Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu, ocupando porções de Minas Gerais e da Bahia e criado por decreto federal justamente para ser palco de modelos sustentáveis de desenvolvimento. Ele é formado por 10 unidades de conservação federais e estaduais, 3 reservas particulares do patrimônio natural e duas terras indígenas. Também é abrigo de riquezas culturais e tradicionais únicas, que inspiraram inclusive Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.
Audiências públicas sobre duas possíveis hidrelétricas para o Carinhanha acontecerão dia 18, em Bonito de Minas (MG), e dia 20, em Cocos (BA).