Expedição desvenda área úmida na Amazônia
novembro, 24 2008
Em meio às paisagens da Amazônia, existem algumas áreas úmidas que são consideradas grandes armazéns naturais de diversidade biológica. O Arquipélago de Mariuá, ao norte do estado do Amazonas, na região do médio Rio Negro, é uma delas. Para reconhecer as características naturais e a realidade da população local, o WWF-Brasil realizou uma expedição de quatro semanas para a área, entre outubro e novembro.
Em meio às paisagens da Amazônia, existem algumas áreas úmidas que são consideradas grandes armazéns naturais de diversidade biológica.O Arquipélago de Mariuá, ao norte do estado do Amazonas, na região do médio Rio Negro, é uma delas.Considerado o maior arquipélago fluvial do mundo, com mais de 1.400 ilhas, a região é composta por um mosaico de ecossistemas de águas pretas extremamente frágeis. São rios, lagos, florestas inundadas, praias arenosas, campos e pântanos que abrigam uma rica biodiversidade, além de aspectos socioculturais únicos, com cerca de 30 comunidades que dependem dos seus recursos naturais para viver.
Para reconhecer as características naturais e a realidade da população local, o WWF-Brasil, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Estado do Amazonas e o Instituto Socioambiental, realizou uma expedição de quatro semanas para a área, entre outubro e novembro.
Chamada de Expedição Mariuá-Jauaperi, a viagem teve como principal objetivo identificar possíveis áreas para a criação de unidades de conservação, para proteger a natureza local e garantir os serviços ambientais.
“Expedições a campo são imprescindíveis para conhecer a variedade de plantas e animais e a realidade das pessoas que vivem na Amazônia. Assim selecionamos e identificamos áreas para viabilizar como unidades de conservação”, explica o Superintendente de Conservação de Programas Regionais do WWF-Brasil, Cláudio Maretti.
Durante a primeira quinzena da expedição, a equipe concentrou as pesquisas no Arquipélago de Mariuá. Na segunda quinzena, foram visitadas as comunidades dos rios Branco e Jauaperi. Foi discutida a criação da Reserva Extrativista (Resex) Rio Branco-Jauaperi, solicitada pelos moradores da região em 2001, que ainda aguarda decisão da Casa Civil da Presidência da República.
Sítio Ramsar
A Expedição Mariuá-Jauaperi também foi um passo importante para a indicação do Arquipélago de Mariuá como um Sítio Ramsar.
A Convenção de Zonas Úmidas de Importância Internacional das Nações Unidas, chamada de Convenção Ramsar, em homenagem à cidade do Irã onde foi assinada em 1971, busca zelar pela conservação e o uso racional de todas as áreas úmidas. Esse trabalho de conservação é feito por meio de ações locais, regionais e nacionais.
A Convenção também garante cooperação internacional como forma de se alcançar o desenvolvimento sustentável. “Se a área for reconhecida como Sítio Ramsar, esperamos contribuir para a manutenção do Arquipélago de Mariuá, por meio de manejo participativo, monitoramento da pesca e pesquisas científicas”, afirma Cláudio Maretti.
O superintendente explica ainda que o WWF-Brasil e a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio ambiente do Estado do Amazonas sugeriram ao Ministério do Meio Ambiente a inclusão do Arquipélago de Mariuá na lista de Áreas Úmidas de Importância Internacional.