Estudo avalia a Pegada Ecológica de Campo Grande

maio, 15 2012

Esta publicação apresenta o estudo da Pegada Ecológica de Campo Grande (MS), primeira cidade brasileira a contar este cálculo.
Esta publicação apresenta o estudo da Pegada Ecológica de Campo Grande (MS), primeira cidade brasileira a contar este cálculo. Para realizar o estudo, foram avaliados os hábitos de consumo da população de Campo Grande e apontou uma pegada ecológica de 3,14 hectares globais por pessoa.

A pegada ecológica de um país, cidade ou pessoa corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e mar necessárias para sustentar determinado estilo de vida. É uma forma de traduzir, em hectares, a extensão de território que uma pessoa ou uma sociedade “usa”, em média, para se alimentar, morar, se locomover, tere afins. A metodologia vem sendo testada em algumas cidades do mundo e começa também a ser desenvolvida nas cidades.

O trabalho foi realizado pelo WWF-Brasil em parceria com a prefeitura da capital do Mato Grosso do Sul, Global Footprint Network (GFN), a empresa social Ecossistemas e a Universidade Privada Anhanguera. O objetivo foi ter uma ferramenta de gestão para ajudar no planejamento e na gestão pública, mobilizar a população para rever seus hábitos de consumo e escolher produtos mais sustentáveis, além de estimular empresas a melhoraremsuas cadeiras produtivas.

A pegada ecológica é umametodologia de contabilidade ambiental que avalia de um lado o consumo e do outro a capacidade de recursos naturais disponíveis no planeta. “É possível traduzir a pegada ecológica em quantos e quais recursos são usados pela população e em quanto isso excede a capacidade de recuperação natural dos ecossistemas”, diz Michael Becker, coordenador do Programa Pantanal-Cerrado do WWF-Brasil.

E os estudos realizados pela Global Footprint Network (GFN), rede mundial responsável pelos cálculos da pegada ecológica, mostram que a humanidade já excedeu bastante essa capacidade. Hoje a pegada ecológica média mundial é 2,7 hectares globais por pessoa, enquanto a biocapacidade disponível para cada ser humano é de apenas 1,8 hectares globais. “Isso coloca a humanidade em um grave déficit ecológico de 0,9 hectares globais per capita”, afirmou o diretor da Ecossistemas, Fabrício de Campos, responsável pelo cálculo.

No caso de Campo Grande, os 3,14 hectares podem ser traduzidos em 1,7 planetas. Isso significa que se todas as pessoas do mundo tivessem o mesmo consumo do morador de Campo Grande, seriam necessários quase dois planetas para sustentar esse estilo de vida.

Se comparada à média brasileira, Campo Grande tem uma pegada 8% maior que a média nacional, que é de 2,9 hectares globais por pessoa. Ela também é 10% maior que a do Mato Grosso do Sul e 14% maior que a Pegada média mundial, que é de 2,7 hectares globais por pessoa. O Mato Grosso do Sul, por sua vez, tem uma Pegada Ecológica 3% menor que a média brasileira.

Pastagens, agricultura e florestas somam 75% da Pegada Ecológica de Campo. Em classes de consumo, o maior impacto foi na alimentação, com 45%, com destaque para o consumo de carne. O estudo apontou que o consumo de carne de campo grande é 13% maior que a média nacional.

O Secretário Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Marcos Cristaldo,também destaca a importância desse trabalho para a cidade de Campo Grande. “A pegada ecológica é um indicador importante para o planejamento urbano e norteador da política municipal de meio ambiente para que a cidade cresça sem perda de qualidade de vida da população".

Sobre a Pegada Ecológica

A Pegada Ecológica é uma metodologia de contabilidade ambiental que avalia a pressão do consumo das populações humanas sobre os recursos naturais. Expressada em hectares globais (gha), permite comparar diferentes padrões de consumo e verificar se estão dentro da capacidade ecológica do planeta.
Um hectare global significa um hectare de produtividade média mundial para terras e águas produtivas em um ano. Já a biocapacidade, representa a capacidade dos ecossistemas em produzir recursos úteis e absorver os resíduos gerados pelo ser humano.

Sendo assim, a Pegada Ecológica contabiliza os recursos naturais biológicos renováveis (grãos e vegetais, carne, peixes, madeira e fibras, energia renovável etc.), segmentados em Agricultura, Pastagens, Florestas, Pesca, Área Construída e Energia e Absorção de Dióxido de Carbono (CO2).
Capa do relatório da Pegada Ecologica de Campo Grande
© WWF-Brasil
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