Entidades civis não querem reabertura da Estrada do Colono
julho, 17 2013
Apelo foi enviado à Unesco e à União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN)
Entidades brasileiras somando quase mil organizações não governamentais enviaram um alerta (download ao lado) à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e à União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) sobre a nova tentativa de abertura da “Estrada do Colono”, em tramitação no Congresso Nacional.A estrada de quase 18 quilômetros cortava ao meio o Parque Nacional do Iguaçu, no oeste do Paraná, reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco desde 1986 e como uma das Novas Sete Maravilhas Naturais do Mundo. Foi fechada em 2001 por ordem da Justiça Federal, pois ameaçava a integridade do parque e a segurança nacional pela proximidade da tríplice fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai. Hoje, está praticamente tomada pela vegetação nativa (foto ao lado).
A nova proposta de abertura é capitaneada pelo deputado federal Assis do Couto (PT-PR), cuja aprovação, associada a outros projetos em tramitação no Congresso Nacional, abriria um perigoso precedente para enfraquecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei 9.985/2000) e da proteção da biodiversidade e dos serviços ambientais no país.
Entre 1999 e 2001, o Parque Nacional do Iguaçu esteve na lista dos Patrimônios Mundiais em Perigo, justamente por outra tentativa de abertura da Estrada do Colono. O Projeto de Lei 7.123/2010 tramita no Congresso apoiado em manobras políticas, na tentativa de assegurar sua aprovação no menor prazo.
“O autor do projeto e seus defensores apontam que a estrada promoverá preservação, educação ambiental e o desenvolvimento sustentável regional, enquanto estão amplamente registrados e compreendidos os impactos de estradas sobre áreas protegidas. Ao analisar os dados históricos, não se encontram quaisquer efeitos positivos da Estrada do Colono sobre a economia local e regional, e muito menos em escala estadual ou nacional”, lembra a carta.
O documento foi assinado por SOS Mata Atlântica, Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Rede Verde, Associação de Desenvolvimento de Esportes Radicais e Ecologia (Adere), Rede de ONGs da Mata Atlântica, Mater Natura, Parque das Aves, Instituto Socioambiental (ISA), Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Fundação Esquel Brasil, Greenpeace, Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS) e WWF-Brasil.