setembro, 21 2020
Uma pequena homenagem a esses seres majestosos, responsáveis por toda a vida nas florestas
Por Mariana Gutiérrez
Árvores são as responsáveis e as grandes guardiãs de toda a vida nas florestas e servem de abrigo para uma infinidade de animais, que vão desde aves, macacos ou onças pintadas até pequenos seres como formigas, besouros e outros ainda menores, impossíveis de ver a olho nu. Hoje, 21 de setembro, fazemos uma homenagem ao Dia da Árvore no Brasil, uma data escolhida por representar o início da primavera.
As árvores são essenciais para a vida de nosso planeta. Por meio da fotossíntese, elas capturam dióxido de carbono (CO2) e produzem oxigênio, retirando o CO2 (principal gás de efeito estufa) da atmosfera e o armazenando em seus troncos e raízes. Além disso, também aumentam a umidade do ar por meio da evapotranspiração. De acordo com o cientista e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) Antônio Donato Nobre, uma árvore grande da Amazônia consegue colocar 1.000 litros de água no ar por meio da evapotranspiração em um dia ensolarado.
Entre outras funções, as árvores protegem o solo para que não se desgaste tão facilmente. A chuva, o vento, a radiação solar e a temperatura podem afetar o solo e deixá-lo vulnerável às mudanças naturais, intensificadas pelas ações humanas. Em áreas mais altas, elas ajudam a evitar a ocorrência de deslizamentos de terras, enquanto nas áreas próximas às margens dos rios, as árvores e outras plantas os resguardam da seca e da perda de biodiversidade aquática.
As guardiãs da vida nas florestas abrigam uma quantidade enorme de animais como as famílias de macacos, bichos-preguiça, esquilos, aves e répteis como a jiboia-de-ribeira (Corallus cropanii), excelente escaladora de árvores e endêmica da Mata Atlântica. E não podemos esquecer da diversidade de invertebrados como formigas, aranhas, borboletas, cupins, besouros, etc.
Além de todos os benefícios citados, as árvores fornecem produtos para o nosso consumo, como os frutos de muitas espécies que utilizamos como alimento ou as folhas com que preparamos chás para melhorar nossa saúde. Mesmo o simples contato com as árvores nos faz bem: é comprovado cientificamente que os níveis de estresse diminuem quando nos relacionamos com a natureza. Neste momento de pandemia, só a lembrança de caminhar em um parque cheio de árvores, descansar debaixo de uma delas durante um dia quente ou observar as aves nas copas já é uma sensação revigorante!
Para completar nossa homenagem no Dia da Árvore escolhemos uma espécie representativa de cada bioma brasileiro: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampas e Pantanal. Veja as imagens ao lado e conheça um pouco mais sobre essas espécies tão especiais.
Amazônia
Monguba (Pachira aquatica) também é conhecida como mamorama, castanhola, cacau selvagem. Ela é uma árvore tropical e consegue sobreviver a climas úmidos e quentes. Pode chegar até 12 metros de altura e possui uma copa frondosa com flores amarelas e avermelhadas. Seu fruto tem um formato muito parecido com o cacau e suas sementes podem ser consumidas. Entre suas propriedades medicinais destacam-se seu poder anti-disentérico (infecção intestinal), expectorante, adstringente (controla oleosidade), antifebril, além de possuir antioxidantes, proteínas e lipídios.
Caatinga
Aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius) é conhecida por pimenta-rosa ou aroeira-do-brejo. Ela se adapta muito bem a diversos tipos de solos, secos, pedregosos, úmidos, etc. A árvore pode chagar até 10 metros de altura, seu fruto é vermelho e suas flores são pequenas, podendo ser utilizadas como planta medicinal. Pode auxiliar no tratamento de infecções urinárias e na garganta, gastrites e úlceras, entre outros.
Cerrado
Sucupira (Pterodon emarginatus) é uma espécie de árvore muito popular no Cerrado pelo uso da semente com propriedades medicinais. As flores são de cores rosadas claras e a altura da árvore pode atingir entre 8 e 16 metros de altura. A semente da sucupira é utilizada para o tratamento de úlceras, gastrites, asma e possui elementos antinflamatório, antibiótico, antioxidante, etc.
Mata Atlântica
Cabeludinha (Myrciaria glazioviana) também é conhecida popularmente como cabeluda e peludinha, seu tamanho é de porte baixo a médio e tem ramos longos. É uma espécie nativa do Centro-Leste brasileiro e seus frutos são do tamanho de uma cereja aveludada. A polpa é suculenta e rica em vitamina C que pode ser consumida em sucos, sorvetes e geleias. As aves são atraídas facilmente pelas suas flores e frutos.
Pampas
Jerivá (Syagrus romanzoffiana) é uma palmeira que pode medir de 10 a 20 metros de altura. Ela também é conhecida como coqueiro-jeriva, coquinho-de cachorro, baba-de-boi e coco-catarro. Os frutos são altamente procurados por aves como tucanos, sabiás, tico-ticos, papagaios, araras, pica-paus, sairas, jacus e periquitos.
Pantanal
Pau-formiga (Triplaris americana L.) é uma árvore também conhecida como pau-de-novato, novateiro-de-mato-grosso, formigueiro e pode atingir rapidamente os três metros de altura em dois anos. Ele abriga muitas formigas no tronco oco, por isso o nome popular de formigueiro e possui dois tipos de plantas, uma feminina que floresce uma cor rosa intensa e a masculina, de cor rosa mais clara. A época de florescimento é entre agosto a outubro.
O WWF-Brasil atua fortemente com ações de combate ao desmatamento e a queimadas e promoção de uma economia agroextrativista, dando incentivos para que as florestas se mantenham em pé e, assim, conservando a vida de inúmeras espécies que dependem delas. Seja também um guardião das florestas! Para contribuir com nossas ações, acesse doe.wwf.org.br.