Especial: Exposição Virtual Olhares Sobre A Amazônia

setembro, 05 2020

Quatro artistas que usam a Amazônia como inspiração se unem em uma homenagem ao bioma, que você pode ver online
Quatro artistas que usam a Amazônia como inspiração se unem em uma homenagem ao bioma, que você pode ver online

Por WWF-Brasil

Neste 5 de setembro, Dia da Amazônia, o WWF-Brasil homenageia este importante bioma com uma exposição virtual trazendo diferentes olhares sobre a região. Os participantes são: Auá Mendes (@mendesaua); Araquém Alcântara (@araquemoficial); Marcela Bonfim (@bonfim_marcela) e Sebá Tapajós (@sebatapajos) - quatro artistas que nasceram, moram ou usam a Amazônia como inspiração para seus trabalhos, cada um de uma perspectiva diferente. Clique aqui para visitar até 15 de setembro. 

Ao todo, são 16 obras que ficarão 15 das no ar e contam um pouco da Amazônia, das pessoas, animais e plantas que moram nela. A curadoria é de Street River Amazônia @striveramazonia e Tânia Sciacco @taniasciacco, que ofereceu seu espaço virtual Sciacco Studio @sciaccostudio para organizar a exposição.
“São quatro olhares sobre a Amazônia, quatro olhares amazônidas”, comentam os curadores da exposição. De acordo com eles, o trabalho que estes artistas desenvolvem pelo bioma já os torna dignos de serem chamados “amazônidas”, termo normalmente utilizado a quem nasceu ou mora na região.

Segundo Tânia, o segmento da Arte e Cultura, um dos mais afetados nesta quarentena, tem feito a criatividade crescer, dentro das limitações impostas. Assim, pinturas, esculturas e fotografias foram convertidas em objetos 3D, para que a apreciação da arte seja mais próxima da experiência pessoal, como se estivéssemos dentro da galeria, dentro do museu.

“A tecnologia atual permite que artistas e galerias possam montar suas exposições digitalmente, disponibilizando em um endereço virtual acessível no mundo todo, ao contrário de uma galeria física. Essa visita é diferente de uma galeria de fotos. É uma experiência mais profunda. As obras dialogam uma com as outras, a curadoria aparece no posicionamento de cada peça, nos tamanhos escolhidos, nos textos que amplificam a interpretação visual”, comenta Tânia, acreditando que mesmo após a reabertura para visitas presenciais as exposições virtuais continuarão fortes, ampliando o alcance e as possibilidades da arte no mundo.

Veja abaixo um pouco sobre cada artista:

Auá Mendes (@mendesaua)
 
Artista Indígena Transvestigênere Manauara do Amazonas, formada em Tecnologia em Design Gráfico pela Faculdade Metropolitana de Manaus - FAMETRO atualmente é Mestranda Profissional em design pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Designer gráfica, ilustradora, grafiteira, performer, maquiadora artística e fotógrafa experimental, segue em falar, mas não apenas com a boca, falar de diversas maneiras, por meio de suportes dimensionais ou tridimensionais, analógicos, digitais.

Tem como posicionamento a retomada do seu espaço de fala que é massacrado pela cisnormatividadepadrãobranca existente. Utiliza suas obras como ferramenta de fala e política, do corpo marginalizado preto, indígena e transvestigênere. As obras cedidas para a exposição fazem parte da série INDÍGENATRANSFUTURISMO, de 2020. Partindo do entendimento do Movimento Nortista NeoReoginal, criado em vista do entendimento da importância da decolonização de corpas indígenas e negras, essa série desenvolve pensamentos e ideias sobre o espaço de retomada de corpas indígenas. “Tal série é resultado de vivências e histórias sobre meu corpo e outra corpas indígenas”, diz ela.
 

Araquém Alcântara (@araquemoficial)
Hoje com 68 anos, Araquém é apontado pelos críticos como um dos precursores da fotografia de natureza no Brasil e um dos mais importantes fotógrafos em atuação no país. Desde 1970, dedica-se integralmente à documentação e proteção da natureza brasileira. Seu trabalho, de notoriedade internacional, tornou-se hoje uma referência nacional e fonte de inspiração para os novos fotógrafos.

É o primeiro fotógrafo a documentar todos os parques nacionais do Brasil e a produzir uma edição especial de colaborador para a National Geographic Society, (Bichos do Brasil). É também o primeiro fotógrafo a realizar um ensaio sistemático sobre os ecossistemas e as unidades de conservação do país, trabalho que só finalizou após vinte e dois anos de incessantes expedições pelo sertão do Brasil. Em 2020, Araquém Alcântara completa 50 anos de dedicação profunda ao Brasil e à fotografia.
 
Marcela Bonfim (@bonfim_marcela)
Economista, Marcela Bonfim, era outra até os 27 anos. Na capital paulista, acreditava no discurso da meritocracia. Já em Rondônia; adquiriu uma câmera fotográfica e no lugar das ideias deu espaço a imagens e contextos de uma Amazônia afastada das mentes de fora; mas latentes às vias de dentro.

As lentes foram além; captando da diversidade e das inúmeras presenças negras; potências e sentidos antes desconhecidos a seu próprio corpo recém-enegrecido. Em seu trabalho ela aborda a questão: quanto tempo demora, o negro, para se firmar nesse mundo (in)visível? Para saber mais sobre o trabalho de Marcela Bomfim: www.amazonianegra.com.br 
 

Sebá Tapajós (@sebatapajos)
Filho do consagrado violonista Sebastião Tapajós, o artista é o idealizador do Street River, a primeira Galeria Fluvial do Mundo com reconhecimento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O artista criou o projeto em 2015, quando pintou cinco casas de ribeirinhos moradores da Ilha do Combu.

Por meio do projeto, Sebá carrega o legado de dar voz aos povos ribeirinhos e utiliza a arte como meio de transformação da realidade de comunidades tradicionais.  Segundo ele, o Street River Amazônia é um tratado de responsabilidade social com os povos ribeirinhos. Para mais informações sobre o projeto, acesse: http://institutostreetriver.eco.br/

 
Exposição homenageia Dia da Amazônia (5/9)
© WWF-Brasil
Marcela Bonfim
© Marcela Bonfim
Araquém Alcântara
© Araquém Alcântara
Auá
© Auá
Sebá Tapajós
© Sebá Tapajós
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