Pegada Ecológica integra a 1ª edição da Onda Sustentável em Noronha
17 dezembro 2019
A ilha de Fernando de Noronha sediou a primeira Onda Sustentável, um evento dedicado à sustentabilidade e ao cuidado ambiental, envolvendo moradores e visitantes de todas as idades, durante quatro dias.
Por Juliana MarinhoRecentemente, a ilha de Fernando de Noronha sediou a primeira Onda Sustentável, um evento dedicado à sustentabilidade e ao cuidado ambiental, envolvendo moradores e visitantes de todas as idades, durante quatro dias. O evento contou com atividades das mais variadas, como mutirões de limpeza de lixo, exibição de filmes ambientais, bate-papos, concursos de melhores práticas ambientais, trilhas ecológicas noturnas, aula de yoga e meditação.
O WWF-Brasil entrou na parceria calculando a pegada ecológica dos participantes, por meio da sua calculadora adaptada à realidade brasileira. Durante todos os dias de evento, em diferentes pontos onde acontecia a Onda, as pessoas tiravam dúvidas sobre os resultados de suas pegadas.
“Muitos queriam entender onde sua pegada era maior e o que poderiam fazer para diminuí-la. Os resultados fazem com que as pessoas repensem seus estilos de vida, detalhes às vezes simples que nem se davam conta”, diz Juliana Marinho, analista do WWF-Brasil em Fernando de Noronha.
A pegada ecológica mede os impactos dos hábitos de consumo e de vida dos seres humanos no planeta. Quantos planetas Terra seriam suficientes para suprir as nossas necessidades? A média global é de um planeta e meio e a brasileira é de 1,6 planeta Terra. Por continente, a pegada pode variar de 5,22 planetas (América do Norte) a 0,61 (África).
Para descobrir a pegada ecológica de alguém, a calculadora se divide em seis temas: alimentação, moradia, bens, serviços, tabaco e transporte. Se a pessoa usa ar condicionado e lâmpadas Led em casa, quantas horas de viagem em avião faz por ano ou quanto gasta com eletrodomésticos e eletroeletrônicos são algumas perguntas do questionário. O tipo de dieta alimentar também influencia bastante na pegada, e as opções são dieta vegana, vegetariana, onívora ou carnívora. Grande parte dos participantes tiveram na alimentação o fator de maior pegada, por comerem, em especial, carne vermelha vários dias por semana. Para calcular a sua pegada, acesse o link aqui.
Depois de ver o resultado de sua pegada, as pessoas optaram por assinar um termo de compromisso em relação ao planeta, com consumo consciente e, assim, menor degradação do meio ambiente e gestão sustentável nossos recursos; em relação à ilha, assegurando que o progresso econômico, social e tecnológico ocorra sempre em harmonia com a natureza; e em relação às pessoas,garantindo que todos os seres humanos possam realizar plenamente seu potencial, em dignidade e igualdade.
As pessoas que fizeram suas pegadas ecológicas também foram convidadas a visitar o Espaço Aulas de Energia, parceria do WWF-Brasil com a Companhia Elétrica de Pernambuco (Celpe), um espaço interativo na ilha onde os visitantes aprendem brincando sobre eficiência energética e conhecem sobre as duas usinas solares existentes no arquipélago.
“Os alunos da Escola de Referência em Ensino Médio de Noronha atestaram que sabiam da pegada na teoria, mas que a prática é mais difícil de realizar, e se comprometeram em melhorar”, diz Fabiane Vilela, educadora ambiental.
Os alunos também realizaram uma visita à Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos (UTRS). “Lá eles puderam ver não só como é feita a separação dos resíduos, como também conheceram os trabalhadores da usina e sua realidade no dia-a-dia. Isso fez com que despertasse essa consciência da atual situação do lixo em Noronha, e qual é a parte de cada um deles diante disso, a importância da separação dos resíduos e do reaproveitamento dos materiais”, conta Fabiane.
A Onda Sustentável foi idealizada pela Superintendência de Meio Ambiente da Administração de Fernando de Noronha, e executada com o apoio de outras superintendências locais e diversos parceiros. “Espero que os temas abordados no evento tenham efeitos positivos na vida de cada participante e na sua forma de se relacionar com o ambiente. Que esta seja a primeira de muitas ondas”, avalia Daniele Mallmann, superintendente de Meio Ambiente da ilha.