Programa Raízes do Mogi Guaçu promove plantio de mudas nativas na região de Socorro (SP)

dezembro, 07 2019

Parceria entre International Paper e WWF-Brasil visa identificar, recuperar e restaurar nascentes e áreas ripárias de Mata Atlântica, contribuindo para a provisão hídrica da região
No dia 6 de dezembro, o Programa Raízes do Mogi Guaçu deu seu pontapé inicial e plantou mais de mil mudas nativas em Socorro (SP). Com o objetivo de identificar, recuperar e restaurar nascentes e áreas ripárias (interação entre vegetação, solo e um curso d'água) do principal rio da região leste do estado de São Paulo, que banha também o estado de Minas Gerais, o rio Mogi Guaçu, no bioma de Mata Atlântica, o Programa é resultado de um acordo de colaboração de quatro anos firmado entre a International Paper e a WWF-Brasil. A expectativa dessa ampla atuação em rede é que, até 2022, 100 hectares, entre o Sul de Minas e São Paulo, sejam restaurados pelo Raízes do Mogi Guaçu.
 
“Na região de Socorro (SP), temos como parceira a ONG Copaíba, Unidade regional do Pacto pelo Restauração da Mata Atlântica, que está responsável pela produção e plantio das mudas, bem como pela articulação local do projeto. A Copaíba é uma ONG referência quando falamos em restauração ecológica. Em Minas, contamos com o apoio do Instituto Técnico Federal Sul de Minas”, comenta Daniel Venturi, analista de Conservação da WWF-Brasil e líder do programa pelo WWF-Brasil. Daniel reforça a importância desta data, na qual comemora-se também os 10 anos do Pacto pelo Restauração da Mata Atlântica.
 
Raízes do Mogi Guaçu
 
O Programa Raízes do Mogi Guaçu adotou como premissa promover o diálogo multissetorial entre atores da bacia (ONG’s, Empresas, Prefeituras, Instituto de Pesquisa etc) e fortalecer a governança local, com o objetivo de restaurar pelo menos 100 hectares de florestas em uma região com baixa cobertura florestal e alto risco de escassez hídrica.
 
“O Programa é a união das nossas missões, representa nosso jeito de atuar, molda nosso futuro e ajuda a definir o tipo de mundo que queremos e precisamos para as futuras gerações. Estas raízes se ramificam através de nossas parcerias, que ajudam a sustentar e a manter o rio Mogi Guaçu cada vez mais forte”, afirma Tamara Natale, gerente de Engajamento com a Comunidade & Sustentabilidade da International Paper. “Mais forte também são as redes que se formam em torna de grandes causas, como o caso das mudanças do clima que é pauta de articulações e encontros como a COP25 que acontece em Madri”.
 
As florestas restauradas ajudam a estabilizar os solos das matas ciliares, manter a alta qualidade da água potável, regular a disponibilidade de água e aumentar áreas de habitat importantes à biodiversidade da região. “Paisagens com maior resiliência hídrica (criam condições para que as pessoas e os setores produtivos sejam mais resilientes economicamente.”, afirma Daniel Venturi.
 
“Acreditamos que o cuidado com nossas raízes, nossas origens e nossas bases sustentáveis são a chave para um futuro onde a sociedade e a natureza consigam viver em harmonia”, ressalta Tamara, que faz um paralelo com o Jeito IP de criar valor e impactar positivamente as comunidades em que a empresa atua, por muitas gerações. “O setor privado tem um papel de grande protagonismo em potencializar o olhar de paisagem e catalisar ações que apoiam a recuperação dos serviços ecossistêmicos dos quais todos os setores da sociedade, inclusive os econômicos, dependem diariamente”.  
 
Como chegamos até aqui
 
A primeira etapa do projeto foi a análise de priorização da restauração para identificar as sub-bacias (extensão ou superfície de uma bacia hidrográfica) de maior impacto (prioritárias), para direcionar a restauração com base nas condições da floresta, conectividade e os ciclos da água.
 
Dentro deste território inicial, foram identificadas como prioritárias para restauração as nascentes e áreas ripárias localizadas nas sub-bacias do rio Espraiado/Alto Mogi e do Alto Peixe, contemplando 16 municípios nos estados de Minas Gerais e São Paulo.
 
Simultaneamente a este processo, a IP e a WWF-Brasil mapearam e convocaram as partes interessadas que atuam na bacia do rio Mogi Guaçu e que estão envolvidas ou interessadas em restauração ecológica para compartilhar os resultados da priorização e alinhar uma agenda de restauração para a região. Nesta etapa, foram realizados dois encontros que reuniram mais de 90 pessoas e 50 instituições para debater as características específicas da região analisada. Os dados coletados ajudaram a definir e identificar os principais desafios e oportunidades, aprimorando a qualidade da análise da área estudada.
 
Projeto Piloto: o primeiro passo
 
Como forma de implementar a rede de colaboração e a metodologia de restauração estabelecidas, decidiu-se operar um primeiro passo piloto dentro destes 4 anos de parceria. Os pilotos serão implementados tanto nos municípios de Socorro (SP) , Lindoia(SP) e Bueno Brandão(MG) e Inconfidentes (MG) e contará com uma forte articulação com os proprietários que se disponibilizaram à ser parceiros pioneiros no projeto .
 
“A efetividade do plantio e o ganho de escala da restauração dependem da formação de parcerias locais e envolvimento dos proprietários parceiros. O Programa Raízes do Mogi é o resultado de parcerias que somam forças e expertises que trazem uma grande oportunidade de apoio ao proprietário rural da região de proteger suas nascentes e adequar a sua propriedade perante a lei. Os benefícios dessa restauração abrangem a população de toda a bacia. Além da recuperação das matas ciliares auxiliarem na formação de corredores ecológicos contribuindo, inclusive, para conservação da fauna.”, afirma Mayra Flores Tavares, Coordenadora de Restauração Florestal da Associação Ambientalista Copaíba. “Estas articulações catalisam também movimentos globais ´pelo meio ambiente. Exemplo disso é o 6D, que acontece hoje, e provoca ações efetivas de combate às mudanças do clima e do qual a Copaíba se orgulha em ter se engajado. Este plantio é parte concreta deste movimento”.
 
No dia 06 de dezembro de 2019, a Sra Vânia Godói Eduardo foi quem deu este primeiro passo no qual as primeiras mudas desta grande articulação pelo rio Mogi Guaçu e pela Mata Atlântica foram plantadas.
 
“Estamos aqui em Socorro já há quase 80 anos. E desde sempre buscamos recuperar a área e vemos as mudanças no cotidiano do sítio. Hoje temos muito mais pássaros e toda a unidade é abastecida pela água produzida aqui, graças ao que conseguimos restaurar já. E ainda quero ver muitas outras áreas restauradas e poder aproveitar esse pedacinho do paraíso”, afirma Vânia Godói Eduardo, proprietária do sítio.
 
Até março de 2020 serão plantados mais de 15 hectares de mata nativa. Outros proprietários já estão mapeados para darem sequência ao plantio.
 
De acordo com Ellen Souza Pinto Fontana, proprietária de uma área que também será restaurada, é motivo de muito orgulho participar de um programa como este. “Eu me sinto privilegiada, sou a quinta geração que mora neste lugar e agora posso, com muita dificuldade, a dar continuidade ao trabalho da minha família de conservação e preservação. Poder cuidar daqui me deixa muito feliz pois a minha felicidade é morar aqui”, diz Fontana.
 
José Fernandes Franco, proprietário de áreas em restauração, afirma que as propriedades rurais são um local de aprendizado. “Sou nascido em Socorro e parte da minha família tem propriedades rurais aqui na cidade. E trabalhamos com o turismo rural sustentável, inclusive para aumentar a rentabilidade da propriedade, assim como é feito na Europa. Em uma propriedade rural temos muitos assuntos e atrativos que podem ser explorados desde o turismo até a educação ambiental. Podemos falar de botânica, energia, importância da água e da mata. A natureza trabalha a nosso favor, sempre”, comenta Franco.

Contexto Global (WWF & International Paper)

A WWF é parceira da International Paper em uma iniciativa de ponta para determinar a quantidade e a qualidade de florestas necessárias em alguns dos principais biomas florestais do mundo, para garantir sua capacidade de continuar fornecendo toda a gama de serviços ecossistêmicos que eles fornecem hoje e que tanto beneficiam a humanidade.

No Brasil, o programa tem foco na Mata Atlântica, que está entre os cinco principais hotspots mais relevantes da biodiversidade global, abrigando, respectivamente, 7% e 5% das espécies de plantas e vertebrados da terra. Tendo perdido 88,3% de sua extensão histórica, é também uma das regiões mais ameaçadas do mundo. Três quartos do PIB do Brasil são gerados nessa região e é a fonte de água potável para 60% da população do país.
 
Sobre a International Paper
 
A International Paper (NYSE: IP) é líder mundial na fabricação de celulose, papel e embalagens à base de fibras renováveis. Com operações na América do Norte, América Latina, Europa, África do Norte, Índia e Rússia, a IP produz embalagens de papelão ondulado que protegem e promovem produtos e permitem o comércio mundial; celulose para fraldas, tecidos e outros produtos de higiene pessoal que promovem saúde e bem-estar; e papéis que facilitam a educação e a comunicação. Com sede em Memphis, Tennessee, a empresa emprega mais de 50 mil pessoas, atendendo mais de 25 mil clientes, em 150 países. As vendas líquidas para 2018 foram de US$ 23 bilhões.
 
No Brasil, a IP atua nos negócios de papéis para imprimir e escrever, papel para embalagens e embalagens de papelão ondulado, empregando aproximadamente 5 mil profissionais.
 
O sistema integrado de produção de papel para imprimir e escrever da International Paper no Brasil é composto por três fábricas: duas no Estado de São Paulo e uma no Mato Grosso do Sul. Seus produtos, as linhas de papéis para imprimir e escrever Chamex e Chamequinho e a linha gráfica de papéis Chambril, são 100% produzidos a partir de cultivos de eucalipto certificados.
 
O negócio de embalagens é formado por três fábricas de papel para embalagens, localizadas no Estado de São Paulo, e quatro unidades produtoras de chapas e embalagens de papelão ondulado: duas no Estado de São Paulo, uma em Goiás e uma no Amazonas.
 
Para saber mais sobre a International Paper, seus produtos e seu compromisso com a sustentabilidade, acesse: www.internationalpaper.com/pt.
 
Sobre o WWF-Brasil
O WWF-Brasil é uma organização brasileira da sociedade civil e sem fins lucrativos que trabalha para mudar a atual trajetória de degradação ambiental e promover um futuro onde sociedade e natureza vivam em harmonia. Criada em 1996, atua em todo Brasil e integra a Rede WWF (Fundo Mundial para a Natureza), presente em mais de 100 países. Apoie nosso trabalho em wwf.org.br/doe
 
Sobre a Associação Ambientalista Copaíba
A Associação Ambientalista Copaíba é uma Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos que qualificada como OSCIP (Organização da Sociedade de Interesse Público) tem como propósito conservar e restaurar a Mata Atlântica das bacias dos rios do Peixe e Camanducaia. Desenvolve há vinte anos, nos 19 municípios dessas duas bacias, ações integradas na área ambiental. São projetos e programas de educação ambiental, políticas ambientais, produção de mudas de árvores nativas e restauração ecológica.

A Copaíba, através de seus projetos e programas, já atingiu mais de 40.000 estudantes e proprietários de terra com trabalhos de educação ambiental, publicou e distribuiu 80.000 exemplares de materiais educativos, produziu mais de 2 milhões de mudas de 160 espécies nativas no Viveiro Florestal Copaíba e restaurou 4.000.000 m² de Mata Atlântica na região, por meio do plantio de 580.000 mudas nativas.
 
Plantio de mudas nativas em Socorro (SP)
© Raízes do Mogi Guaçu
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