Corredores ecológicos ajudam na conservação de espécies ameaçadas como a onça-pintada

outubro, 16 2019

Projeto liderado pelo WWF pretende criar um grande corredor entre o México e a Argentina para lutar contra a extinção de espécies
por Douglas Santos

Na manhã de hoje, durante o III Congresso de Áreas Protegidas de Latino América e Caribe, realizado em Lima, no Peru, o compromisso global para salvar a onça-pintada foi o tema central do painel apresentado por Felipe Spina Avino, especialista de conservação do WWF-Brasil. As principais organizações internacionais de conservação de 14 países se uniram para lançar o Plano de Conservação Onça-Pintada 2030 para as Américas. O projeto foi anunciado durante 14ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-14) e foi lançado oficialmente no fim do ano passado.

Desenvolvido em um momento crítico e incerto para o futuro do maior felino selvagem das Américas, o projeto visa fortalecer o Corredor da Onça-Pintada que vai do México à Argentina, assegurando 30 regiões prioritárias de conservação da onça até o ano de 2030. A iniciativa é focada em abrir um novo caminho para fortalecer a cooperação internacional e a conscientização das iniciativas de proteção da onça-pintada, incluindo aquelas que reduzem o conflito homem-onça. O projeto conecta e protege os habitats naturais de onça-pintada, e estimulam oportunidades de desenvolvimento sustentável, ecoturismo, comunidades e povos indígenas para melhorar o bem-estar, qualidade de vida e promover a coexistência com a espécie.

Foram apresentadas duas ferramentas tecnológicas que podem auxiliar na conservação dos grandes felinos das Américas; SMART (da sigla em inglês Spatial Monitoring and Report Tool – “Ferramenta de Monitoramento Espacial e Criação de Relatórios”, em português), que permite a coleta e gestão de dados de campo de maneira mais ágil e organizada, por meio do uso de aparelhos celulares e um poderoso software de análises. “Por meio desta ferramenta, é possível coletar, armazenar, comunicar e analisar dados sobre biodiversidade, assim como sobre atividades ilegais, rotas de patrulha e ações de gerenciamento para melhor uso dos recursos”, diz Spina.

A outra foi uma discussão sobre a adaptação do standards de conservação para Tigres (CATs)  para uso com onças-pintadas “Conservation Assured Jaguar Standards (JACS). “O uso de tecnologias para conservação e ferramentas inovadoras pode ajudar a solucionar alguns dos desafios relacionados à conservação da natureza. Principalmente quando se trabalham com espécies com grandes áreas de vida como onças-pintadas cuja distribuição original se dava desde o sudoeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina, mas hoje se encontra extinta ou ameaçada em grande parte da região”, comenta Spina.
 
Imagem de onça pintada em seu habitat natural
© Alianza WWF - Fundación Telmex Telcel
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