Moradores da Floresta: Macacos são os protagonistas de novo vídeo da websérie que mostra a biodiversidade da Amazônia
abril, 08 2019
Vídeo mostra a enorme importância que os primatas têm para a saúde das florestas tropicais.
Por Jorge Eduardo Dantas
Os macacos guariba (Alouatta seniculus) e cairara (Cebus albifrons) são os personagens do mais novo vídeo da websérie “Moradores da Floresta”, promovida pelo WWF-Brasil desde o ano passado. Num filme de quase quatro minutos, várias curiosidades sobre esses animais são divulgadas, acompanhadas de imagens inéditas e exclusivas deles em seu habitat natural, nas florestas do estado do Acre.
Os primatas, de maneira geral, são importantíssimos para a renovação das florestas tropicais. Ao se alimentarem, eles contribuem com o processo de dispersão das sementes e, por meio de suas fezes, ajudam no processo de adubação daqueles terrenos. Por isso, eles são fundamentais para a manutenção da saúde e biodiversidade das florestas. No Brasil, existem hoje cerca de 130 espécies diferentes de macacos espalhados por todo o território nacional.
Assista ao vídeo:
Ruído que assusta
O macaco guariba ou bugio-vermelho (Alouatta seniculus) pesa entre 4 e 9 quilos e tem comprimento de 57 a 72 centímetros – os machos geralmente são maiores. Além de poder ser visto no Brasil, ele já foi registrado na Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia. Vive nas árvores, explorando o solo de vez em quando; e se alimenta principalmente de brotos e folhas jovens.
O guariba se locomove de maneira muito lenta e uma de suas principais características é a vocalização – ela lembra um rugido ou latido e ecoa floresta afora, podendo ser ouvida a até 5 quilômetros de distância. É um ruído muito famoso no interior da Amazônia, que assusta quem porventura estiver dentro da floresta e tiver a oportunidade de ouvi-lo.
Inteligentes e curiosos
O macaco-cairara (Cebus albifrons), por sua vez, pesa entre 1,5 e 2,4 quilos e tem comprimento de até 30 centímetros – mas a cauda, sozinha, chega a 40 centímetros (!). Ele já foi registrado em diversos territórios e é encontrado também na Colômbia, no Peru e na Venezuela.
É um bicho social – vive em grupos de 15 a 30 indivíduos e fica principalmente nas árvores. Sua dieta inclui frutos, castanhas, néctar, pequenos invertebrados, lagartos, e ovos de aves. São considerados animais muito inteligentes e curiosos, e possuem um vasto vocabulário de sons e zunidos que usam para se comunicar com o resto de seu grupo.
Tanto o bugio-vermelho quanto o cairara têm, entre seus predadores naturais, onças, jaguatiricas, jiboias, e aves de rapina. A principal ameaça a sua sobrevivência é a caça, seguida pela perda e degradação de seus habitats.
Moradores da Floresta
A websérie “Moradores da Floresta” tem lançado desde o ano passado, nos canais oficiais do WWF-Brasil, vídeos trazendo imagens inéditas e exclusivas da biodiversidade encontrada no interior da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, no Acre.
Alguns dos filmes já lançados mostraram a pacarana (Dinomys branickii), a anta (Tapirus terrestris), alguns canídeos e tamanduás da Amazônia.
Os “flagras” são feitos por meio de armadilhas fotográficas - câmeras normais, equipadas com melhorias tecnológicas e apropriadas para o ambiente selvagem. Elas ficam escondidas e amarradas em árvores, funcionando com sensores de luz. Toda vez que um animal passa pela frente do equipamento, a câmera dispara automaticamente e tira uma foto ou inicia uma gravação audiovisual.
Efeitos da exploração
O trabalho com armadilhas fotográficas é uma parceria entre WWF-Brasil e outras instituições, como a Cooperativa dos Produtores Florestais Comunitários (Cooperfloresta) e Associação de Moradores e Produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes em Xapuri (Amoprex).
"Além da série Moradores da Floresta proporcionar imagens e informações biológicas de espécies da fauna silvestre amazônica, demonstra a alta diversidade de animais existente em áreas sob regime de manejo florestal comunitário na Reserva Extrativista Chico Mendes", comentou Moacyr Araújo, analista de conservação do WWF-Brasil.
“As imagens gravadas pelas câmeras, permitem, entre outras coisas, que nós conheçamos os efeitos que o manejo florestal de impacto reduzido tem na dinâmica e composição da fauna silvestre. Isso nos traz mais conhecimentos e nos permite fazer ajustes técnicos nessas atividades de produção e manejo para favorecer a maior diversidade da fauna silvestre nessas áreas”, completou Moacyr.