Integração e avanço nas políticas de Mosaicos de Áreas Protegidas são temas de Encontro
maio, 14 2018
Cerca de 80 participantes trocaram experiências sobre a gestão dos Mosaicos de áreas protegidas, além de traçarem estratégicas para atuação conjunta entre poder público e sociedade civil
Representantes dos Mosaicos de Áreas Protegidas dos biomas Cerrado e Caatinga se reuniram em Januária-MG, região do Mosaico Sertão Veredas Peruaçu, nos dias 10 e 11 de maio, para dialogar sobre seus desafios e a gestão territorial integrada e colaborativa.Um Mosaico, segundo a Lei do SNUC, é um grupo de unidades de conservação de categorias diferentes ou não, situadas em uma mesma região e que compartilham características naturais, podendo dividir recursos, processos, tarefas, para otimizar e potencializar seus resultados.
O WWF-Brasil acredita nesse instrumento como forma de garantir a conservação aliada à sustentabilidade na produção e, nessa perspectiva, desenvolve projetos no Mosaico Sertão Veredas Peruaçu (Cerrado), no Amazônia Meridional e no Baixo Rio Negro (Amazônia) e no Central Fluminense (Mata Atlântica).
“Muito mais que apoiar a gestão dos Mosaicos, nós avaliamos sua efetividade, considerando o contexto em que se situa as áreas protegidas, levantando os principais desafios e ajudando com orientações para melhoria desse instrumento de maneira a desenvolver estratégias que garantam uma gestão territorial cada vez mais justa e participativa, inclusive com redução de tempo e gastos”, contou Kolbe Soares, analista de conservação do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil, uma das organizações responsáveis pela realização do evento, junto com a Fundação Pró-Natureza (Funatura), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG), com apoio do Fundo CEPF (Critical Ecosystem Partnership Fund).
Para ele, esse encontro foi muito importante, pois foi a primeira oportunidade para os Mosaicos do Cerrado e da Caatinga se encontrarem em um evento regional e discutirem os papéis das instituições e intercambiarem conhecimentos. Embora não faça parte do Cerrado e da caatinga, o Mosaico da Amazônia Oriental foi convidado a participar do encontro, apresentando sua experiência como o primeiro mosaico que incluiu formalmente Terras Indígenas em seu território.
Segundo Kolbe, “foi uma experiência muito positiva porque contou com a participação de cerca de 80 pessoas, entre órgãos públicos ambientais como ICMBio, IEF-MG, NATURATINS, Fundação Nacional do Índio (Funai), ONGs, lideranças comunitárias e representantes de cinco mosaicos, Mosaico Capivara Confusões, Mosaico Jalapão, Mosaico Sertão Veredas Peruaçu, Mosaico do Espinhaço e Mosaico Amazônia Oriental incluindo, os mosaicos em proposição como o dos Veadeiros e do Espinhaço Meridional, demonstrando que esse modelo de gestão integrada de área protegida está se expandindo nesses dois biomas e precisa de maior atenção”, salientou.
Na ocasião, a Rede de Mosaicos de Áreas Protegidas (REMAP) foi apresentada com o intuito de reforçar a importância da atuação em rede e, também, levar demandas desses mosaicos para fortalecer a política nacional. Além de participarem das discussões e trabalharem em grupos, no segundo dia do evento, os participantes realizaram uma visita técnica ao Parque Nacional Caverna do Peruaçu, para conhecer de perto os atrativos do Mosaico Sertão Veredas Peruaçu e como a população local vem sendo incluída nas visitações.
Os principais encaminhamentos do Encontro relacionados ao fomento de trocas de experiências e boas práticas de gestão em Mosaicos, à capacitação continuada sobre gestão integrada e participativa e ao fortalecimento da comunicação, buscando ampliar as informações da relevância dos Mosaicos para a conservação das áreas naturais e o desenvolvimento sustentável das comunidades que vivem e dependem desse território para viver.
Foram também aprovadas duas cartas de apoio à criação dos Mosaicos Veadeiros e Espinhaço Meridional, além da definição da região do Mosaico Jalapão para realização do próximo encontro.