Áreas Protegidas Marinhas: o futuro da conservação dos oceanos
maio, 03 2018
Protegendo os oceanos, peixes e outras espécies se recuperam e as áreas de pesca adjacentes se recompõem
Por Taís MeirelesRecentemente, o governo brasileiro declarou a criação de duas novas unidades de conservação marinhas no país, consolidando um total de 92.584.798,96 hectares de áreas protegidas. Os decretos, assinados em março, em Brasília (DF), foram feitos após uma campanha de dois anos envolvendo organizações da sociedade civil, pesquisadores, indústria e governo brasileiro.
Com a criação das Áreas Marinhas Protegidas dos arquipélagos de São Pedro e São Paulo e Trindade & Martim Vaz, a porcentagem de áreas protegidas no Brasil subiu de 1,6% para aproximadamente 25% das águas jurisdicionais do país. Em um primeiro olhar este valor parece superar a meta estabelecida pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), que recomenda a proteção de pelo menos 10% das áreas marinhas e costeiras até 2020, porém deve-se ter em mente que a meta estabelece que as áreas protegidas devem ter representatividade de distintos ecossistemas.
Além disso, as áreas criadas devem "sair do papel" e serem de fato implementadas antes de serem contabilizadas. Neste sentido, o Brasil ainda tem um longo caminho pela frente.
Mas qual a importância de criar áreas protegidas no meio do oceano?
Evidências científicas mostram que esse tipo de unidade de conservação pode ajudar peixes e outras espécies marinhas a se recuperarem e a repovoar áreas de pesca adjacentes, conforme infográfico ao lado.
Atualmente, apenas cerca de 4% dos oceanos do mundo estão protegidos, e a grande maioria dos parques e reservas marinhas existentes é mal administrada ou não é cuidada. Assim, o desafio brasileiro agora é o de garantir a implementação efetiva das novas áreas protegidas marinhas, ordenando o uso sustentável dos recursos naturais nesses territórios, bem como protegendo áreas mais representativas da biodiversidade marinha brasileira.
Se protegidos de forma correta, os oceanos podem ser mantidos como fonte de alimentos e fornecimento de renda e empregos, desde que sejam protegidas as linhas costeiras e a biodiversidade marinha. Conheça os esforços investidos pela rede WWF em todo o mundo para expandir essas áreas e gerenciá-las melhor aqui.