150 voluntários ajudam a recolher 386 kg de resíduos das areias de Niterói (RJ)

maio, 02 2018

Mutirão de praia realizado contou com a presença de instituições parceiras, voluntários e moradores da cidade
Por Taís Meireles

A ação faz parte do projeto Oceano sem Plástico, realizado pelo WWF-Brasil, com o apoio da campanha Mares Limpos (ONU Meio Ambiente) e o patrocínio de OMO (Unilever), que já retirou mais de uma tonelada de resíduos das praias brasileiras. Quarta e última ação do projeto neste semestre, o evento em Niterói reuniu 150 voluntários, que recolheram 116 kg só de plástico das areias da Praia de Charitas, no domingo, 22/04, Dia da Terra.

Foram recolhidos também 92 kg de vidro, 72 kg de papelão/papel, 16 kg de sucata, 2 kg de alumínio, 42,96 kg de garrafas pet e 44,98 kg de rejeitos, ou seja, materiais que não podem ser reciclados. O material seguiu para a triagem de uma cooperativa local e depois vai se transformar em embalagens especiais de OMO, por meio do compromisso da Unilever, em seu Plano de Sustentabilidade, de ter 100% de suas embalagens de plástico reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2025.

A ação de Niterói concretiza o resultado de 1.536,60 kg de resíduos recolhidos nas praias brasileiras, ou seja, uma tonelada e meia:
  • Copacabana (RJ) – 03/03: em parceria com o Instituto Mar Adentro, tivemos a participação de 400 voluntários e retirada de 135 kg de resíduos.
  • Fernando de Noronha (PE) – 24/03: durante as comemorações da Hora do Planeta, com a presença de 80 pessoas e retirada de 820 kg de resíduos.
  • Recife (PE) – 14/03: em parceria com Mamíferos Aquáticos, foram 400 pessoas e 195,6 kg de resíduos recolhidos.
  • Niterói (RJ) – 22/04: em comemoração ao Dia da Terra, retiramos 386 kg com a ajuda de 150 voluntários.
Plástico nos Oceanos

“O objetivo dessas ações não é limpar nossos mares, mas sim mostrar pras pessoas a importância de mantê-los limpos. A gente aprende quando é criança que lugar de lixo é no lixo, mas nem sempre agimos assim. O problema é que o plástico acaba indo para os nossos oceanos e ameaça não apenas a vida marinha, como a noss a própria”, alerta Gabriela Yamaguchi, diretora de comunicação e engajamento do WWF-Brasil.

Estimativa do Fórum Econômico Mundial prevê que, até 2050, haverá mais plástico que peixes nos oceanos. E este é apenas um dos indicadores da perda de saúde dos oceanos. Um milhão de aves marinhas e mais de 100 mil mamíferos marinhos morrem anualmente por interação com plástico.

“O problema do plástico é que ele demora cerca de 400 anos para se decompor e, no oceano, ele pode se tornar uma verdadeira epidemia, como estamos vendo acontecer. A ilha de lixo que flutua hoje no Oceano Pacífico já chega ao tamanho do estado do Texas, nos Estados Unidos. Precisamos agir com urgência”, clama Gabriela.

Mudança de lei em prol dos oceanos

Em meio à campanha Oceano sem Plástico, foi aprovada no último dia 17 pela Comissão de Meio Ambiente (CMA) um projeto de lei (PLS 92/2018) que prevê a retirada gradual do plástico em bandejas, pratos, talheres e copos descartáveis. A proposta sugere que, no prazo de 10 anos, o plástico seja substituído por materiais biodegradáveis nos itens destinados a alimentos prontos para consumo.

A autora do projeto, Rose de Freitas (PMDB-ES) afirma que "os destinos finais de grande parte dos itens que ingenuamente usamos ao fazer um lanche num fast-food ou tomar uma bebida são os rios, lagos, mares e oceanos, comprometendo o equilíbrio ecológico de maneira extremamente grave".

“Ações como estas são importantíssimas, mas precisamos seguir com muita conscientização para mudar a mentalidade das pessoas. Afinal, um caminhão de lixo é despejado por minto nos nossos oceanos! Não podemos esperar 10 anos para reverter este cenário...”, finaliza Gabriela.
Ação de Niterói, durante do Dia da Terra, teve 386 kg retirados, entre latas, garrafas, canudos, bitucas de cigarro e muito mais
© Athila Bertoncini / WWF-Brasil
Ao todo, 150 voluntários participaram desta ação, realizada na Praia de Charitas
© Athila Bertoncini / WWF-Brasil
Ação foi a quarta da parceria entre WWF-Brasil, OMO (Unilever) e a campanha Mares Limpos (ONU Meio Ambiente)
© Athila Bertoncini / WWF-Brasil
Voluntários e instituições parceiras, como Route e Instituto Baía de Guanabara foram fundamentais para fazer o mutirão acontecer!
© Athila Bertoncini / WWF-Brasil
Maior parte dos resíduos encontrados são plásticos que vão para os oceanos e ameaçam a vida marinha
© Athila Bertoncini / WWF-Brasil
Canudos, tampas de garrafas, latinhas e bitucas foram os principais resíduos encontrados nas praias
© Athila Bertoncini / WWF-Brasil
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