Restauração ecológica no Brasil: desafios e oportunidades
setembro, 12 2017
Estudo analisa a restauração ecológica de acordo com os biomas brasileiros e traz aprendizagens e desafios analisados conforme cada região
Por Taís MeirelesA crescente conversão de ambientes naturais em áreas ocupadas pelas atividades humanas é uma realidade mundial. Esse fenômeno tem desencadeado poluição, fragmentação de habitats e perda de espécies numa escala jamais vista. Como resultado, a degradação ambiental tornou-se um dos principais problemas a serem enfrentados no cotidiano das pessoas e das organizações.
Diz-se que um ambiente está degradado quando sofre distúrbios que impedem a sua capacidade de retornar ao equilíbrio original. Tal situação constitui ameaça à sobrevivência dos seres humanos e das demais espécies viventes na natureza. Por isso, a restauração ecológica é apontada como uma possível saída para a falência dos
ecossistemas em todo o planeta.
Restauração ecológica
Embora as práticas ligadas à restauração de ambientes e paisagens sejam antigas, a restauração ecológica começou a se desenvolver como ciência apenas na década de 1980. Com a incorporação dos conceitos da ecologia nos projetos de recuperação ambiental, tornou-se possível desenvolver modelos e técnicas destinadas a áreas em diferentes níveis de degradação.
No Brasil já existem diversas experiências de restauração ecológica. Muitas delas dedicam-se à recuperação de microbacias hidrográficas e da qualidade do solo. É nesse escopo de abordagem que se enquadra a publicação Restauração ecológica no Brasil: desafios e oportunidades, que tem como propósito fomentar a conservação ambiental e hidrológica aliada à produção agropecuária sustentável.
As informações nela contidas surgem do portfólio de restauração ecológica, produzido durante a primeira etapa do Programa Água Brasil, entre 2010 e 2015. Os biomas compreendidos na publicação são aqueles que possuíram, na época, alguma bacia atendida pelo programa, incluindo Amazônia, Cerrado/Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga, com diferentes usos do solo e perfil produtivo. Por isso, o conteúdo da publicação tem como base a experiência acumulada em mais de 100 projetos de restauração realizados nesses biomas e também no Pampa.
Pretende-se que o estudo sirva como referência para pessoas que se dedicam a conservar áreas nativas, técnicos extensionistas, produtores rurais, gestores de órgãos públicos de controle e fiscalização, bem como a educadores e outros envolvidos em processos de aprendizagem formal e não formal.
A intenção do WWF-Brasil, ao lançar esta publicação, é disseminar novos olhares sobre a restauração ecológica no Brasil. Tem como propósito também divulgar lições capazes de fomentar a restauração em larga escala, influindo nas decisões políticas capazes de alterar e reverter a degradação ambiental no País.