março, 17 2017

Na Amazônia Brasileira, milhares de pessoas vivem em comunidades ribeirinhas, assentamentos e posses
rurais, explorando e manejando os recursos naturais para sobrevivência e geração de renda.
Nas últimas décadas, a ocupação desordenada do território e o uso exploratório dos recursos vêm causando
rápido aumento nas áreas degradadas em todos os estados da região Amazônica, com impactos sobre
o solo, água e biodiversidade. Além disso, a ausência histórica de políticas públicas voltadas ao extrativismo
e agricultura familiar, e as deficiências de escolaridade e falta de oportunidades, principalmente para os jovens,
têm como consequência o aumento da pobreza nessas áreas e expulsão de milhares de famílias para as cidades em busca de melhores condições de vida.

Por sua vez, o “inchaço” das áreas urbanas, sem o planejamento e investimentos necessários, vêm
causando diversos problemas sociais, com altos índices de marginalidade, exclusão social, depauperamento
dos recursos naturais e declínio em renda e qualidade de vida de boa parte da população. A falta de regularização fundiária em grande parte do território amazônico, a crescente especulação
fundiária, a exploração de minérios e as grandes obras de infraestrutura, principalmente as rodovias e usinas
hidrelétricas, aliadas ao avanço sem planejamento das áreas destinadas à agropecuária, são apontados como
os principais “vetores” de desmatamento na região.

Para reverter este quadro, será necessário construir e pactuar uma proposta de desenvolvimento que alie
produção com conservação ambiental, buscando inclusão social e diminuição das diferenças regionais,
ampliando as oportunidades e promovendo a participação ativa da sociedade na proposição e
controle social sobre politicas públicas que afetam diretamente a vida de todos.

Esta publicação, voltada a técnicos extensionistas, professores das escolas rurais e produtoresmultiplicadores,
tem como objetivo contribuir com a disseminação do uso de boas práticas produtivas e conservação dos recursos naturais na Amazônia, e mais especificamente no vale do rio Acre, bacia hidrográfica
prioritária para conservação no contexto do Plano Estadual de Recursos Hídricos e uma das bacias piloto
do Programa Água Brasil, parceria estratégica entre Banco do Brasil, Fundação Banco do Brasil, Agência
Nacional de Águas e WWF-Brasil, responsável pela geração de conhecimento e experiências na busca pela
sustentabilidade na atividade agropecuária e gestão responsável dos recursos hídricos.