Professores serão capacitados na conservação do Cerrado
outubro, 29 2012
Biodiversidade nas Costas é mais nova ferramenta para a proteção do segundo maior bioma do país
por Aldem BourscheitBrasília (DF) – Cem professores e educadores de Pirenópolis (GO) serão capacitados até o fim do ano em conservação da biodiversidade do Cerrado, atingindo 26 escolas públicas e outros espaços daquele pólo turístico e cultural distante 140 quilômetros de Brasília.
A capacitação é mais um passo do projeto Biodiversidade nas Costas – Cerrado, iniciativa do Programa de Educação para Sociedades Sustentáveis (PESS) do WWF-Brasil, por meio de uma parceria com a empresa de auditoria financeira KPMG e com o Ecocentro IPEC. As cartilhas podem ser baixadas nos atalhos ao lado.
O kit de Educação Ambiental aproveita as paisagens e outras riquezas do Cerrado, sem esquecer os impactos que o segundo maior bioma brasileiro vem sofrendo, para propor um conjunto de instrumentos educacionais voltados à formação, mobilização e engajamento social para a conservação da natureza. As atividades propostas não dependem de tecnologias muitas vezes inacessíveis no interior do país.
Os livros (imagem ao lado), o vídeo Por que eu amo o Cerrado?, as músicas de Victor Batista no CD (en) Cantando com a biodiversidade e outros materiais voltados a professores, educadores e alunos, do ensino infantil, fundamental e médio, são fartamente ilustrados e estão protegidos dentro de mochilas feitas com retalhos de tecido usado na produção de pára-quedas.
“O grande desafio foi produzir um conjunto de ferramentas que levasse para o ambiente escolar o conhecimento e a preocupação com a conservação da natureza, fazendo com que alunos e professores se sintam parte da biodiversidade e ajudem ativamente na sua conservação e recuperação”, explicou Bruno Reis, analista do PESS.
Outro diferencial foi o processo participativo e democrático usado na construção do Biodiversidade nas Costas. Professores do município e do estado, educadores, membros de organizações não-governamentais e alunos arregaçaram as mangas por nove meses para lapidar um produto com a cara e o coração do Cerrado. Os parâmetros curriculares do Ministério da Educação nortearam o trabalho.
“Não é um produto que chegou pronto, é fruto da espontaneidade das pessoas e da riqueza da região, do Cerrado. Assim, alunos e professores darão mais valor e participarão com mais empenho dos processos educativos. Quanto mais cedo começar, melhor para os alunos e para a natureza”, ressaltou Conceição de Fátima Figueiredo, educadora da Coordenação Pedagógica da Secretaria de Educação de Pirenópolis.
Além dos professores da rede pública e privada de Pirenópolis, o projeto Biodiversidade nas Costas – Cerrado contou com a participação de outros educadores ambientais no município e foi inspirado em outras obras, como Investigando a biodiversidade, de WWF-Brasil, Supereco e Conservação Internacional, e A escola sustentável, do Ipec.
A iniciativa pode ser expandida para outros pontos do Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Amazônia.