Marina: pressão popular fará com que Dilma vete mudanças no Código

janeiro, 25 2012

Ex-ministra do Meio Ambiente conclama população a se envolver com as discussões do Código Florestal e a criar “sustentabilidade política” para veto presidencial
Bruno Taitson, de Porto Alegre (RS)

As propostas de mudanças no Código Florestal fizeram parte da agenda do primeiro dia de debates e oficinas do Fórum Social Mundial 2012. Em debate realizado na Faculdade de direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva declarou que a pressão popular será fundamental para que a presidente Dilma Rousseff possa vetar os diversos retrocessos presentes no texto aprovado pela Câmara e pelo Senado em 2011.

“Dilma se comprometeu, assinando de próprio punho, a vetar qualquer projeto que promova aumento nos desmatamentos e anistia a desmatamentos ilegais. É preciso que a sociedade dê sustentabilidade política para que ela possa honrar esse compromisso de campanha”, declarou Marina Silva, diante de um auditório lotado de estudantes, ambientalistas, integrantes do movimento social e jornalistas.

A ex-senadora classificou o substitutivo aprovado pelo Senado, e agora submetido a nova análise pela Câmara, como um “festival de retrocessos com prejuízos ao equilíbrio do planeta e à vida nas cidades”. As discussões aconteceram durante a mesa-redonda A Rio + 20 e as Cidades Sustentáveis, que abordou as preparações do evento que marcará os 20 anos da conferência Rio-92.

Também participaram do debate os teólogos Leonardo Boff e Frei Betto, o empresário Oded Grajew, um dos idealizadores do Fórum Social Mundial, o presidente do Instituto Ethos, Jorge Abrahão, o ex-diretor de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Azevedo, o economista Ladislau Dowbor e o arquiteto Nabil Bonduki.

Debate sobre o Código Florestal

A ex-senadora Marina Silva estará presente em outra rodada de debates no Fórum Social Mundial. Ela participa de uma mesa-redonda promovida pelo Comitê em Defesa das Florestas nesta quinta-feira, 26 de janeiro, a partir das 9 da manhã, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

Além de Marina Silva, estarão presentes a secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, o diretor da campanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário, o diretor de movimentos sociais da União Nacional dos Estudantes (UNE), Rodolfo Mohr e os deputados federais Ivan Valente (Psol-SP) e Paulo Teixeira (PT-SP), além de representantes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A presidente Dilma Rousseff também foi convidada, mas sua assessoria ainda não confirmou a presença. A entrada será gratuita, obedecendo a ordem de chegada.
Marina Silva lembrou o compromisso assumido por Dilma Rousseff durante a campanha de 2010
© WWF-Brasil / Juvenal Pereira
Plateia assiste a exposição de Leonardo Boff durante o debate
© WWF-Brasil/Bruno Taitson
Mesa-redonda discutiu a perspectiva das cidades sustentáveis diante da Rio + 20
© WWF-Brasil/Bruno Taitson
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