WWF-Brasil ajuda organizações comunitárias de Apuí (AM) a captar recursos

novembro, 09 2011

Oficina auxiliou cooperativas, associações e um sindicato a elaborar projetos e apresentá-los a possíveis financiadores
A obtenção de recursos é um dos grandes problemas de qualquer organização social amazônica. Como conseguir dinheiro? Como utilizá-lo? A quem pedir recursos? Buscar uma resposta para essas questões foi o objetivo da Oficina de Elaboração de Projetos, promovida pelo WWF-Brasil e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Apuí há algumas semanas. 

A capacitação foi realizada em Apuí, uma pequena cidade a 453 quilômetros de Manaus (AM), e contou com a participação de cinco instituições que lidam com produção sustentável, educação ambiental, inclusão social e serviços de apoio ao produtor rural.  

Segundo o analista de conservação do WWF-Brasil, Marcelo Cortez, o objetivo da oficina foi o fortalecimento das organizações sociais, assim como o melhoramento da gestão e da estrutura de trabalho dessas entidades. De acordo com o especialista, a capacitação foi voltada principalmente para a elaboração de propostas e submissão ao Fundo de Promoção Social (FPS) do Estado do Amazonas - que financia instituições comunitárias que promovam a geração de trabalho, o incremento de renda, a autossustentação econômica e a inclusão social. 

Participaram da oficina a Cooperativa Extrativista Florestal Familiar de Apuí (Ceffap); a cooperativa de mulheres conhecida como Cooperar; a Associação Oficina Escola de Apuí; o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (Sintrafa) e a Associação dos Produtores Agroecológicos de Apuí (Asproagro).

Projetos serão protocolados

A dinâmica da oficina teve três momentos principais: a apresentação do Fundo de Promoção Social do Estado do Amazonas; um debate sobre as orientações contidas no manual de submissão de propostas e os relatos de experiências feitos pelos participantes. Neste momento específico, os representantes das organizações falaram sobre suas dificuldades e discutiram que tipo de propostas eles poderiam apresentar ao Fundo. Houve ainda um momento específico em que foram realizados atendimentos “individualizados” com cada representante, enfocando os problemas e oportunidades próprios de cada organização. Os produtos finais da oficina foram 3 projetos básicos, redigidos por cada organização. Hoje, os projetos estão recebendo adequações para serem submetidos ao FPS do Estado – o que deve ocorrer até a metade de novembro.

A presidente do Sintrafa, Raimunda Nascimento da Silva, 39, avaliou positivamente a oficina. “Aprendi muito. Vimos como redigir o projeto e que tipo de documentos são necessários para fazer uma apresentação, entre outras coisas”, afirmou. Raimunda declarou que o Sindicato possui um assessor técnico que os auxilia na elaboração de projetos, mas mesmo assim eles ainda têm muitas dúvidas durante o processo de redação. “Além disso, os facilitadores foram muito bons, muito competentes. Tiramos várias dúvidas. Foi um momento muito proveitoso”, disse. 

Entidades têm problemas administrativos

Raimunda lembra ainda que capacitações como essas são oportunidades que as instituições têm para dar continuidade a seus trabalhos e buscar, cada vez mais, a produção sustentável. “Havia na oficina entidades que surgiram há pouco tempo e ainda não tem um trabalho administrativo, jurídico e financeiro sólido. Para essas entidades em especial, a oficina foi um momento valioso, de busca de oportunidade e reafirmação de princípios”, comentou a agricultora.

O especialista do WWF-Brasil, Marcelo Cortez afirmou que, ao longo da oficina, foi possível ver o esforço das organizações sociais em enfrentar seus problemas e superar suas limitações. “Tivemos instituições que trabalham com linhas de ações diferentes trocando idéias, construindo projetos de forma participativa. Percebemos que todas se esforçaram para se estruturar, melhorar e ampliar suas atividades”, disse. 

Situada ao Sul do Amazonas, na região limítrofe entre os Estados do Pará e do Mato Grosso, a cidade de Apuí tem sua economia baseada na pecuária extensiva e na extração de madeira, atividades que causam uma série de prejuízos ambientais para aquela região. A grilagem também é um problema grave, assim como a distância dos grandes centros e a ausência ou ineficiência de vários serviços públicos.
 
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Oficina teve como objetivo auxiliar na gestão das organizações
© WWF-Brasil/Marcelo Cortez
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