Expedição científica percorre áreas não estudadas no Pará

julho, 14 2009

Segunda fase da avaliação ecológica rápida da Floresta Nacional de Altamira amplia estudos sobre quatro possíveis novas espécies encontradas na região. Confirmação científica de uma espécie de pássaro deve sair até o final de 2009.
Por Isadora de Afrodite

Durante a Expedição Científica Terra do Meio, realizada na floresta nacional (flona) de Altamira entre 16 e 26 de junho, a equipe de pesquisadores teve a oportunidade de coletar dados sobre uma área nunca antes estudada, o interflúvio dos rios Jamanxim e Curuá.

Essa parte da Amazônia guarda segredos mesmo para os pesquisadores mais experientes. O resultado é que quatro espécies ainda não descritas pela ciência foram encontradas no interior da flona, o que contribui para a confirmação dessas espécies como novos achados científicos.

O objetivo da expedição foi completar a avaliação ecológica rápida (AER) da Floresta Nacional de Altamira. Ao contrário da primeira fase da AER, realizada em 2007, na segunda fase as pesquisas ocorreram em uma área com baixo nível de antropização, ou seja, uma área em que os seres humanos ainda não interferiram muito.

Com isso, os 12 cientistas encontraram comunidades bem íntegras de animais e plantas nas oito trilhas de pesquisa distribuídas entre as bases 1 e 2 da expedição. A base 1, mais no interior da flona, foi pesquisada entre os dias 17 e 20 de junho. A base 2, mais próxima do limite da flona, foi pesquisada de 21 a 24 de junho.

Na avaliação do coordenador científico da expedição, Roberto Antonelli Filho, a integridade da área pesquisada permitiu que o levantamento do meio biótico, ou seja, das plantas e animais presentes no local, fosse concluído com essa segunda fase de pesquisas.

“O levantamento do meio biótico ajuda a definir as zonas intangíveis da floresta nacional, ou seja, aquelas áreas que devem permanecer intactas por serem essenciais para a conservação da área e para o não comprometimento das comunidades que vivem na região”, afirma Antonelli. As florestas nacionais possibilitam a exploração de recursos florestais madeireiros e não madeireiros.

As pesquisas realizadas na Floresta Nacional de Altamira abordaram cinco aspectos distintos: botânica, répteis e anfíbios terrestres, peixes, mamíferos e aves.

Para que seja possível fazer a avaliação ecológica, as pesquisas nas diferentes áreas do conhecimento devem ser feitas nos mesmos locais, para que os dados possam ser cruzados. Confira, agora, os resultados das pesquisas em cada uma dessas áreas.

Árvores de alto a baixo

Durante a expedição à Flona de Altamira, uma equipe de botânica do Museu Paraense Emílio Goeldi, pode pela primeira vez, pesquisar a área por terra, como costuma fazer, e pelo céu, graças ao apoio do helicóptero do Exército Brasileiro. [Leia mais]

 


Dia e noite em busca de cobras e lagartos

A equipe especializada no estudo de répteis e anfíbios gastou a sola das botas em busca de seus objetos de pesquisa. Como há répteis e anfíbios com hábitos diurnos e noturnos, os pesquisadores do Meuseu Goeldi, percorreram duas vezes, uma de dia e uma de noite, cada uma das oito trilhas que compunham a área de pesquisa da expedição. [Leia mais]
 

 

Pequenos, numerosos e desconhecidos nadadores

A pesquisa sobre peixes da Floresta Nacional de Altamira foi feita basicamente em igarapés e outras pequenas áreas alagadas localizadas próximas às duas bases da expedição. Assim, a maior parte dos peixes encontrados é de pequeno porte, como tetras, piabas, lambaris, bagres, cascudos e peixes-elétricos. [Leia mais]
 

 


Arara-azul reina nos céus

Ameaçada de extinção, a arara-azul, aparentemente, tem um refúgio: a Floresta Nacional de Altamira. De acordo com os pesquisadores de avifauna do Museu Emílio Goeldi, Alexandre Aleixo e Fabíola Poletto, a arara-azul é a espécie de ave mais comum na flona. Ela foi vista e ouvida todos os dias, sempre voando em casais, ao contrário de outras araras, que costumam voar em grupos pequenos. [Leia mais]
 

 


Macacos e antas, mas nada de onçasArara-azul reina nos céus

Quando Hugo Cardoso de Moura Costa, pesquisador do Projeto Onça-Parda, chegou à base 1 da Expedição Científica Terra do Meio, sua grande expectativa era avistar um grande felino, de preferência a bela e temida onça-pintada. [Leia mais]
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Pesquisadores de botânica em ação durante a expedição
© WWF-Brasil/Alex Silveira
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