Evento em praça de São Paulo marca a Hora do Planeta

março, 28 2009

A chuva fina que caiu a tarde toda em São Paulo por pouco não atrapalhou o encontro com o público na praça Victor Civita para celebrar a Hora do Planeta. Mas como São Paulo é mesmo imprevisível, no último momento a chuva parou e os paulistanos puderam participar do ato simbólico que tomou conta do mundo nesse 28 de março. E foi em meio a um clima ameno de começo de noite, de céu nublado, mas sem chuva, que a cidade de São Paulo  apagou as luzes na Hora do Planeta.
Por Geralda Magela

A chuva fina que caiu a tarde toda em São Paulo por pouco não atrapalhou o encontro com o público na praça Victor Civita para celebrar a Hora do Planeta. Mas como São Paulo é mesmo imprevisível, no último momento a chuva parou e os paulistanos puderam participar do ato simbólico que tomou conta do mundo nesse 28 de março. E foi em meio a um clima ameno de começo de noite, de céu nublado, mas sem chuva, que a cidade de São Paulo  apagou as luzes na Hora do Planeta.

Às 20h30 em ponto, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o Presidente do Conselho do WWF-Brasil, Álvaro de Souza e o diretor do Grupo Abril, Hamilon dos Santos, apertaram o botão que apagou as luzes na praça. O gesto das autoridades se repetiu em vários pontos da cidade, como na Ponte Estaiada, Viaduto do Chá, Teatro Municipal, Parque do Ibirapuera, Edifício Copan, entre outros monumentos da capital, que tiveram sua iluminação desligada.

Na praça Civita – antes um aterro sanitário  transformado em ponto de lazer para a população paulistana – a imagem que se viu depois foi de uma profusão de velas iluminando todas as arquibancadas de frente para a praça. Cada pessoa ali presente se mostrava orgulhosa ao segurar a vela acesa simbolizando a chama da consciência ambiental. O gesto representou todos os paulistanos que não estavam ali, mas que também participaram do movimento apagando as luzes das suas casas.

O prefeito Gilberto Kassab destacou que o ato simbólico representa a preocupação da humanidade com os efeitos do aquecimento global. Ele garantiu a participação  da cidade de São Paulo no próximo ano. “A prefeitura de São Paulo estará lado a lado com o WWF preparando a manifestação do ano que vem”, prometeu Kassab.



O presidente do Conselho do WWF-Brasil, Álvaro de Souza, fez uma retrospectiva da campanha da Hora do Planeta no mundo e falou sobre os números da campanha realizada pela primeira vez no Brasil. Ele destacou a importância da participação da capital paulista. “São Paulo figura entre as dez maiores metrópoles do mundo. Portanto, é extremamente importante a sua participação”, comemorou Souza.

Sobre a Campanha, ele ressaltou que apagar a luz é um ato simbólico, que não significa uma redução do consumo, nem tampouco é um protesto. "O objetivo é conscientizar a população sobre o aumento do aquecimento global e suas conseqüências”, disse o presidente do Conselho do WWF-Brasil.

Música africana

Enquanto as luzes ficaram apagadas, a apresentação do grupo de percussão Companhia Abieié supriu a falta de luz elétrica. Iluminados apenas pelas velas e tochas distribuídas por toda a praça o grupo era só energia. A apresentação de 45 minutos mostrou dança e música inspiradas nas comunidades africanas e poesia de escritoras afro-brasileiras. O elenco, composto por oito bailarinos e três músicos, inspira-se no contexto sociocultural das comunidades negras brasileiras e suas formas de expressão artística.

A Praça Victor Civita

A Praça Victor Civita (www.pracavictorcivita.org.br) é resultado da iniciativa do Grupo Abril em parceria com a Prefeitura do Município de São Paulo, o Itaú, a Even Construtora e a Petrobrás. A Praça inclui atividades de educação ambiental, com cursos, palestras e visitas escolares; área verde com cerca de 80 árvores; palco para espetáculos com arquibancada para 250 pessoas; equipamentos de ginástica ao ar livre; pista de caminhada e centro de convivência para a terceira idade (CIIPE).

Sua localização – o terreno com cerca de 14 mil m² que abriga o prédio do antigo incinerador de Pinheiros, na Rua Sumidouro - foi escolhida a partir da iniciativa de reviver uma região degradada pelo acúmulo de resíduos ao longo dos anos, servindo como espaço de contemplação e reflexão acerca da preservação ambiental, dado que, entre os anos de 1949 e 1989, o espaço funcionou como centro de processamento de resíduos domésticos e hospitalares.

Amostras coletadas e pesquisadas pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) e pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente (SVMA) detectaram a presença de furanos, dioxinas e metais pesados em quantidades acima do aceitável, solicitando intervenções que visassem à recuperação ambiental da área. Por isso, o prédio do incinerador foi totalmente recuperado e o projeto arquitetônico, da Levisky Arquitetos Associados, propôs a solução adotada para o terreno, com a construção de deques de madeira legalizada e concreto, que isolam os visitantes das áreas de solo deteriorado.

Dentro das normas técnicas de acessibilidade, a área conta com uma exposição permanente sobre as formas, materiais e tecnologias empregadas no tipo de reabilitação ambiental do terreno, além de abrir espaço para exposições. A  Praça conta com soluções arquitetônicas de reuso de água, economia energética e projeto paisagístico educativo e é aberta diariamente, das 6h30 às 19h, com atividades gratuitas de lazer, educação e cultura, ligadas à sustentabilidade e abertas à comunidade. Colaborou Raquel D`Alpino.


O Monumento ás Bandeiras, em São Paulo, ficou completamente escuro
© WWF-Brasil/Juvenal Pereira
Antes e depois da Ponte Estaida
© WWF-Brasil/Juvenal Pereira
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