© Nay Jinknss / WWF-Brasil
Boletim COP30
15 de novembro

✊  ATIVISTAS CLIMÁTICOS TOMAM AS RUAS DE BELÉM  

Mais de 50 mil pessoas de 65 países foram às ruas de Belém na COP30 para a Marcha Global pelo Clima. Povos originários, movimentos sociais e lideranças protestaram pela proteção da Amazônia e por uma transição energética justa. O “funeral dos combustíveis fósseis” marcou a mobilização com forte simbolismo. 

 

🌊 SOLUÇÕES AZUIS PARA O CLIMA: O OCEANO NO CENTRO DA AÇÃO BRASILEIRA 

O evento “Brasil em Ação: Soluções Azuis para o Clima” organizado pelo WWF-Brasil destacou como políticas voltadas ao oceano e à zona costeira estão fortalecendo a ação climática no Brasil. Especialistas e representantes do governo apresentaram iniciativas concretas de proteção marinha que transformam metas do Plano Clima em ações reais. O encontro reforçou a liderança brasileira em soluções baseadas no oceano e o papel essencial de comunidades costeiras nessa resposta à crise climática. 

 

🌱 CADEIAS AGRÍCOLAS E FLORESTAIS MAIS INCLUSIVAS E TRANSPARENTES 

O painel “Soluções Colaborativas em Toda a Cadeia de Suprimentos” reuniu sociedade civil e empresas para discutir caminhos que tornem a agricultura e a silvicultura mais transparentes, inclusivas e sustentáveis. Com base no Balanço Global, o debate destacou ações para reduzir o desmatamento, fortalecer a adaptação e apoiar pequenos produtores, povos indígenas e comunidades locais na construção de sistemas alimentares mais resilientes. 

 

🍽️ SISTEMAS ALIMENTARES SUSTENTÁVEIS COM JUSTIÇA SOCIAL 

No evento “Como um sistema alimentar sustentável e a reciclagem podem alavancar a justiça social e os direitos humanos”, o WWF-Brasil destacou experiências que unem conservação ambiental e inclusão social. Representantes de empresas, sociedade civil e governo discutiram como abordagens baseadas em direitos humanos fortalecem sistemas alimentares mais justos, sustentáveis e centrados nas comunidades. 
 

💸 FINANCIAMENTO CLIMÁTICO QUE CHEGA AO TERRITÓRIO 

O painel “Finanças Climáticas em Casa: Caminhos para o Financiamento Climático” organizado pelo WWF-Brasil, discutiu como fazer o financiamento climático chegar de fato aos territórios. Participantes destacaram desafios do Plano Clima, a falta de recursos públicos aplicados e o avanço de mecanismos comunitários, como o fundo indígena Podáali. O debate reforçou a importância do setor público e de soluções que fortaleçam povos e comunidades na implementação das ações climáticas. 

🌍 FINANCIAMENTO CLIMÁTICO NA PERSPECTIVA DO SUL GLOBAL  

“Uma estratégia de desenvolvimento precisa evitar novas formas de dependência”, declarou Pedro Rossi, vice-presidente do Global Fund for a New Economy, ao defender transferência de tecnologia para reduzir assimetrias. A fala ocorreu no painel promovido pelo WWF-Brasil sobre financiamento climático justo e eficaz. 

⚡ AGENDA DE AÇÃO GANHA FORÇA  

A Agenda de Ação foi destaque na coletiva do WWF, com Maurício Voivodic ressaltando seu amadurecimento e sua importância para impulsionar propostas de eliminação dos fósseis, transição energética e combate ao desmatamento. Também houve debate sobre o engajamento do setor privado e o avanço do Fundo Florestas Tropicais para Sempre. 

🏥 BRASIL LANÇA PRIMEIRO PLANO GLOBAL DE ADAPTAÇÃO CLIMÁTICA PARA A SAÚDE  

O Brasil apresentou na COP30 o Plano de Ação em Saúde de Belém, primeira iniciativa internacional dedicada a preparar sistemas de saúde para impactos da crise climática. Voltado ao SUS, organiza ações em vigilância, fortalecimento de capacidades e inovação digital, com foco em equidade e justiça climática. 

⚠️ O IMPACTO DA DESINFORMAÇÃO NO CLIMA  

A desinformação climática forma uma cadeia produtiva que atrasa soluções e favorece interesses específicos. No evento do WWF-Brasil sobre integridade da informação, especialistas defenderam que protegê-la é essencial para avançar na agenda do clima, destacando o protagonismo brasileiro e a criação da Iniciativa Global de Integridade da Informação. 

🌱 MATA ATLÂNTICA EM RISCO NAS ELEIÇÕES DE 2026 

Em debate realizado na COP30, especialistas alertaram que o futuro da Mata Atlântica depende de candidaturas alinhadas à agenda socioambiental. Clarissa Presotti, do WWF-Brasil, destacou retrocessos no Congresso, como o PL da Devastação e propostas de mineração em Terras Indígenas.

💊US$ 300 MILHÕES PARA SOLUÇÕES EM CLIMA E SAÚDE 

Mais de 35 das principais organizações filantrópicas do mundo se uniram para enfrentar a crescente crise de saúde pública impulsionada pelas mudanças climáticas. A Coalizão de Financiadores para o Clima e a Saúde anunciou, nesta quinta-feira, durante a hashtag#COP30, um investimento inicial de US$ 300 milhões em ações integradas que buscam combater tanto as causas das mudanças climáticas quanto seus impactos na saúde, acelerando soluções onde são mais necessárias.

⛏️ OS IMPACTOS DA MINERAÇÃO NOS POVOS INDÍGENAS E SEUS TERRITÓRIOS 

A discussão sobre mineração em territórios indígenas só avança se as vozes dos povos originários forem ouvidas – e, quando são, o que dizem é um estrondoso “não”. Essa foi a principal conclusão do painel “Os impactos da mineração nos povos indígenas e seus territórios”, realizado nesta quinta-feira pelo WWF-Brasil na COP30. No encontro representantes de povos indígenas da Austrália, Brasil e Noruega contaram sobre suas expeirências de luta, inclusive jurídicas, contra projetos que ameaçam águas, territórios e modos de vida.

🤝 EMPRESAS E COMUNIDADES JUNTAS POR SOLUÇÕES 

A justiça climática nasce nos territórios — esse foi o foco do painel “Futuros Climáticos Coletivos” promovido pelo WWF-Brasil. A conversa que teve a participação da Central do Cerrado, IKEA e ISPN, destacou como alianças entre comunidades, organizações e setor privado podem impulsionar modelos produtivos sustentáveis, fortalecer direitos e proteger a sociobiodiversidade, mostrando que futuros climáticos justos dependem de ação coletiva e enraizada nos biomas brasileiros.

🕯 1000 LUZES DA FLORESTA 

Membros do CNS (Conselho Nacional dos Seringueiros), e outros defensores das florestas e das águas foram as ruas de Belém para uma marcha iluminada em defesa da vida. Carregando Porangas na cabeça, uma espécie de lamparina usada pelos trabalhadores para iluminar o caminho durante a extração da borracha, eles prestaram homenagem a ambientalistas históricos como, Chico Mendes e mostraram que ainda estão resistindo em busca de um futuro sustentável para todos.

🌊 A IMPORTÂNCIA DA PROTEÇÃO DE ÁREAS MARINHAS NA AGENDA CLIMÁTICA 

As Áreas Marinhas Protegidas ganharam destaque como pilares da resiliência climática e da vida no planeta. No Pavilhão do Oceano, autoridades e organizações ressaltaram a liderança global que o Brasil busca na gestão participativa e científica desses territórios, impulsionada por avanços como o novo Parque Nacional Albardão. O WWF-Brasil apresentou seu trabalho em Noronha, Cadeia Norte e Abrolhos, áreas-chave de alta biodiversidade.

✅ Adis-Abeba foi confirmada como sede da COP32 em 2027;
✅ O BNDES anunciou R$ 8,5 bi para o Fundo Clima;
✅ Observatório Socioambiental lança plataformaque reúne dados sobre violações de direitos humanos, desmatamento e produção de commodities no Brasil;
✅ E o WWF-Brasil destacou, em parceria com a Aegea, soluções de resiliência hídrica e restauração nas Cabeceiras do Pantanal.

🛢️ CAMINHOS PARA UM FUTURO SEM FÓSSEIS 

O WWF-Brasil promoveu o painel “Financiamento da Transição Energética – Caminhos para o Financiamento Climático Além do Petróleo”, que contou com a participação de Ricardo Fujii, especialista em Conservação do WWF-Brasil. No encontro foi debatido como inserir mecanismos como o Fundo Clima, instrumentos do BNDES e a Reforma Tributária na estratégia para uma transição energética justa e além do petróleo.

🎯 AMAZÔNIA E METAS CLIMÁTICAS 

A Amazônia como elemento-chave para o cumprimento das metas climáticas globais foi o tema do debate do painel “A Amazônia no coração das metas climáticas: ação global para evitar o ponto de não retorno”, que contou com a participação do diretor-executivo do WWF-Brasil, Mauricio Voivodic. Os participantes apresentaram soluções baseadas na ciência e no conhecimento tradicional para evitar que o ponto de não retorno seja atingido, trazendo reflexões essenciais para os negociadores da conferência.

🗣️ VOZES LOCAIS, INTERESSES GLOBAIS 

Para a líder de Estratégia Internacional do WWF-Brasil, Tatiana Oliveira  “se as pessoas não fizerem parte do processo, ‘implementação’ se torna apenas mais uma palavra. O Brasil acredita que o sucesso desta COP dependerá de sua capacidade de construir uma ponte entre a governança global e as realidades locais”. A fala deu o tom da coletiva de imprensa realizada pela Rede WWF cujo objetivo era debater e se posicionar sobre os principais desafios e perspectivas da COP30

🚢 MANIFESTO FLUVIAL 

A Barqueata da Cúpula dos Povos foi um dos destaques desta quarta-feira, 12, na COP30. Em cerca de 200 embarcações, mais de 5 mil pessoas de 60 países navegaram pela Baía do Guajará, em Belém, em um movimento simbólico pela Amazônia e pela justiça climática. O evento contou com a presença de lideranças indígenas, incluindo o cacique Raoni, e representantes de movimentos sociais e reivindicou que o enfrentamento ao colapso climático se baseie em práticas ancestrais, agroecológicas e coletivas.

🌎 CIENTISTAS DEBATEM “PONTOS DE NÃO-RETORNO” 

O painel “Relatórios sobre Pontos de Não-Retorno Globais: Soluções para a Amazônia”, abordou os riscos de ecossistemas ultrapassarem limites irreversíveis. No evento, Carlos Nobre, copresidente do Painel Científico para a Amazônia e conselheiro do WWF-Brasil destacou que as práticas indígenas representam uma esperança para a preservação da capacidade de regeneração da floresta. O painel reuniu também Tim Lenon da Universidade de Exeter, Jos Barlow, da Universidade Lancaster, Kurt Holle, do WWF Peru e Toby Gardner do TRASE.

🌰 VALORIZAÇÃO DA SOCIOBIODIVERSIDADE 

Essa terça-feira marcou a inauguração da Casa da Sociobio. Apoiado pelo WWF-Brasil, o espaço permanecerá aberto durante toda a COP30 com o objetivo de expor produtos da sociobiodiversidade e promover discussões sobre como diferentes setores podem apoiar e valorizar o que é produzido em comunidades indígenas, tradicionais e extrativistas. A programação de abertura contou ainda com o lançamento do Livro de Receitas da Sociobioeconomia, que reúne pratos elaborados com produtos de parceiros do WWF-Brasil.

🚐 CARAVANA DA RESPOSTA CHEGA A BELÉM 

Depois de nove dias viajando por 3 mil quilômetros de estradas e rios, a Caravana da Resposta, chegou a Belém. A Caravana é uma mobilização de movimentos sociais e povos tradicionais com a missão de denunciar os impactos ambientais da soja. Eles saíram de Sinop, no Mato Grosso e percorreram todo o “corredor da soja”, umeixo logístico que liga o Cerrado à Amazônia. Ao longo do trajeto, a caravana reuniu 320 lideranças indígenas, ribeirinhas, quilombolas e agricultores familiares.

🎨 ARTISTA FAZ INTERVENÇÃO NA ZONA AZUL 

O artista e ativista Mundano iniciou, na Zona Azul da COP30, a pintura do mural “Cinzas da Floresta”. A obra, produzida com cinzas de queimadas ocorridas na Amazônia, é um registro simbólico da emergência climática e um alerta sobre a devastação ambiental. O material utilizado foi coletado no Território Indígena Anambé, em Moju (PA), onde o fogo ilegal destruiu cerca de 40 mil hectares em 2024

💬 CONEXÕES VIVAS 

Na roda de conversa “Conexões Vivas: Povos Indígenas, Ciência e Tecnologias Ancestrais da Biodiversidade”, lideranças indígenas mostraram que a ciência não está apenas nos laboratórios, ela também vive nas florestas, nas águas e nas práticas ancestrais. O encontro, promovido pelo WWF-Brasil e pela COIAB, em parceria com o Instituto Evandro Chagas, destacou como o monitoramento da biodiversidade realizado por povos indígenas contribui diretamente para a proteção dos territórios, a prevenção de extinções e o avanço do conhecimento científico.

💰 INVESTIMENTOS PARA UM FUTURO SUSTENTÁVEL 

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)) recebeu 45 propostas de fundos de investimento na Chamada Pública de Mitigação Climática, que juntas têm potencial para mobilizar até R$ 73,7 bilhões em investimentos sustentáveis. As propostas abrangem projetos nas áreas de descarbonização industrial, transição energética, adaptação, agricultura de baixo carbono, restauração, reflorestamento e conservação de florestas. O resultado da seleção deve sair em janeiro de 2026

🏹 PARTICIPAÇÃO HISTÓRICA 

Durante a abertura da conferência, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, destacou um marco inédito: a maior participação indígena já registrada nas COPs. Cerca de 3 mil indígenas estão na Aldeia COP, e mais de 5 mil em Belém — um símbolo da força e da união de quem defende o território e a biodiversidade há séculos.

📊 AVANÇOS GLOBAIS, DESAFIOS PERSISTENTES 

O primeiro dia da COP30 trouxe atualizações importantes: 110 países já apresentaram suas novas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), representando 71% das emissões globais — um avanço impulsionado pela inclusão dos 27 países da União Europeia. No entanto, grandes emissores como Índia, Irã e Arábia Saudita ainda não apresentaram seus planos, reforçando que o desafio climático exige compromisso coletivo e ação imediata.

🌊 VIRADA AZUL HISTÓRICA 

O primeiro dia de conferência também foi marcado pelo lançamento do “Pacote Azul”, uma iniciativa que une conservação marinha, transição energética e financiamento de soluções baseadas no oceano, como a restauração de manguezais e recifes de corais. Pela primeira vez, o mar é reconhecido como peça central para enfrentar a crise climática e de biodiversidade, consolidando uma nova era de ambição e ação pela natureza.

🍛 SOLIDARIEDADE EM MOVIMENTO

Para garantir a presença e a participação ativa da sociedade civil, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social anunciou a distribuição de 143 toneladas de alimentos, beneficiando espaços como a Cúpula dos Povos e a Aldeia COP. Um gesto que reforça o sentido de partilha e de cuidado que move esta conferência.

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