Mesa Redonda discute reestruturação do setor madeireiro no Brasil

julho, 30 2013

Operadores da cadeia da madeira identificaram gargalos e possíveis soluções para o setor
Por WWF-Brasil*

A falta de informações disponíveis e de transparência no mercado de madeira, além da implementação efetiva de políticas públicas que fomentem o setor foram alguns dos principais problemas apontados por representantes da cadeia da madeira, durante o primeiro encontro da Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável. A iniciativa, organizada e facilitada pela Rede Amigos da Amazônia (RAA), ligada ao Centro de Estudos em Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas, em parceria com o WWF-Brasil e a Traffic, aconteceu neste mês, em São Paulo, e reuniu cerca de 40 atores e operadores do setor, entre produtores florestais, desde cooperativas comunitárias certificadas até empresas certificadas, sindicatos de classe, empresas do setor de construção civil e OnGs.

Lançado em junho, a Mesa Redonda tem como objetivo fortalecer o setor garantindo a formação de um modelo de governança entre todos os atores que influenciam o mercado de madeira tropical sustentável no Brasil. “Esse foi apenas o primeiro passo de uma série que está por vir”, afirma Mauro Armelin, superintendente de conservação do WWF-Brasil. “Acreditamos que esse primeiro encontro teve um impacto muito positivo. O grande mérito foi juntar representantes de todos os elos da cadeia para discutir uma ação articulada que eleve o patamar da cadeia”, avalia.

Durante o evento os participantes tiveram a oportunidade de expor os problemas que enfrentam no setor em que atuam, e também apontar soluções. A partir dos “gargalos” levantados, ficou evidente a necessidade de uma reestruturação do setor em que se destacaram problemas como a extração, a fiscalização, o transporte e a tributação da madeira.

A secretária executiva da RAA, Thais Megid, enfatiza que “este foi um importante pontapé inicial de um longo trabalho que trará muitos frutos para o setor”. Segundo ela, como resultado concreto do encontro, foram organizados dois grupos de trabalho: o primeiro para discutir assuntos a respeito de um acordo setorial e o outro para desenvolver propostas de políticas públicas para o setor. “Os grupos trabalharão de forma paralela de forma que um não interfira no trabalho do outro. É deles que se esperam propostas de soluções para os problemas apontados”, explica.

O resultado foi bem recebido pelos participantes. “Este é um grande passo que demos. São pessoas sérias que estão à frente dos grupos, que se importam e querem o melhor para o setor. Vamos trabalhar de forma dinâmica e conseguir mais avanços”, afirma Rafik Saab Filho, executivo do Sindicato do Comércio Atacadista de Madeiras do Estado de São Paulo (Sindimasp).


Próximos Encontros

Até novembro deste ano serão realizados outros três encontros para fortalecer ainda mais as propostas sugeridas pelos participantes e aprofundar a estratégia de relação entre empresas, participantes e governo.

A próxima reunião, agendada para setembro, pretende elaborar uma proposta de um pacto setorial e organizar um modelo interno de governança do setor que seja encaminhado para os órgãos do governo federal.

Já os demais encontros serão a oportunidade de diálogo e negociação com os governos estadual e federal sobre os aspectos políticos do setor florestal no país e os cenários e perspectivas de mudanças do mercado da madeira tropical sustentável no Brasil e no exterior. Além disso, serão feitos os encaminhamentos de propostas de viabilização do mercado de madeira tropical sustentável.

Próximo ao terceiro encontro, acontecerá um encontro paralelo, em parceria com o World Resource Institute, com presença de atores internacionais da União Europeia, governo e empresas dos EUA e países da América Latina, a fim de promover a troca de experiências e discutir desafios e oportunidades para a governança e sustentabilidade da madeira tropical no comércio internacional.

Confira a programação completa abaixo:
  • Encontro 2 - Setembro de 2013 (local ainda não definido)
  • Encontro 3 - Outubro de 2013 (Brasília)
  • Encontro 4 - Novembro de 2013 (Fundação Getúlio Vargas – São Paulo)


*Com informações da Rede Amigos da Amazônia (RAA)
Medição da árvore, para elaboração do romaneio, em que se levantam dados sobre a árvore e se registra a espécie, tamanho, largura, entre outros.
© WWF-Brasil / Frederico Brandão
Superintendente de Conservação do WWF-Brasil Mauro Armelin palestrando no primeiro encontro da Mesa Redonda
© Felipe Santana Rick
Identificação da árvore em campo a partir do plano de manejo.
© WWF-Brasil / Frederico Brandão
Corte da madeira, como parte das atividades de manejo florestal, realizada por operários da Cooperfloresta, no estado do Acre.
© WWF-Brasil / Frederico Brandão
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