WWF-Brasil e Coalizão Pró-UCs discutem na Austrália formas de valorizar as áreas protegidas

novembro, 17 2014

Foram apresentados novos dados sobre o quanto unidades de conservação existentes no país contribuem para a economia nacional
Durante o Congresso Mundial de Parques que acontece até o dia 19 de novembro em Sydney, na Austrália, o WWF-Brasil promoveu dois eventos para discutir a importância econômica das áreas protegidas e os mecanismos sociais para engajar o público na conservação da natureza. O congresso organizado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) reúne especialistas de todo o mundo para discutir a situação das áreas protegidas.
 
No dia 14 (sexta-feira), juntamente com a Coalizão Pró-UCs, foram apresentados novos dados sobre o quanto unidades de conservação (parques, reservas e outras áreas protegidas por lei) existentes no país contribuem para economia nacional. A coalizão é formada por organizações que defendem o fortalecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
 
Os dados iniciais dessa pesquisa revelam, por exemplo, que cerca de 80% das fontes de geração de energia hidrelétrica no país encontram-se à jusante de unidades de conservação que são responsáveis por garantir água em quantidade e abundância necessária para o funcionamento das usinas.
 
Além disso, 10% da água usada para consumo humano é captada diretamente em unidades de conservação. Somando este percentual ao volume captado à jusante de alguma área protegida, pode-se afirmar que mais de um terço da água que bebemos em nossas cidades, depende diretamente da existência e proteção dessas áreas.
 
De acordo com o estudo, R$2.5 bilhões podem ser gerados por ano com a produção sustentável de madeira em unidades de conservação na Amazônia sem a necessidade de desmatar ilegalmente nenhum metro quadrado de floresta.
 
“Apesar da importância econômica, as áreas protegidas não são notadas como ativos que podem incrementar o desenvolvimento sustentável”, afirma Jean François Timmers, Superintendente de Políticas Públicas do WWF-Brasil. Segundo ele, essa percepção precisa começar a mudar a partir dos governos, passar pela formação acadêmica e chegar à sociedade.
 
E para engajar o público, o WWF-Brasil anunciou nesta segunda-feira (17), o Movimento Caminhos da Mata Atlântica, que irá promover formas de aproximar e engajar as pessoas na conservação das áreas protegidas, com base no uso de tecnologias e redes sociais.
 
A intenção é criar em um movimento social para conectar a Mata Atlântica à vida das pessoas e levar as pessoas para o coração da mata. O trabalho irá agregar diversas ferramentas on-line e campanhas off-line que devem convergir para uma plataforma digital como canal de engajamento e intercâmbio de ideias, experiências, soluções e ações concretas.
 
O Movimento Caminhos da Mata Atlântica será um esforço conjunto entre sociedade civil, governos, empresas e meios de comunicação social. A meta é interligar mais de 60 áreas protegidas existentes ao longo da Serra do Mar por meio de trilhas com quase dois mil quilômetros de extensão. Com isso, o movimento quer contribuir para a conservação, qualificação do uso público, discutindo e endereçando os problemas inerentes ao bioma Mata Atlântica nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
Veja a programação aqui.
 
Cachoeira do Salto Augusto: beleza rara na Amazônia
© Zig KOCH
Rio Tapajós está ameaçado por projeto de usina hidrelétrica.
© David Reeks / WWF Living Amazon Initiative
DOE AGORA
DOE AGORA