Países afirmam interesse em cooperação para conservação das florestas tropicais

junho, 06 2011

Durante cúpula no Congo, representantes de 30 países abrem caminho para um bom acordo de cooperação para conservação das três maiores florestas tropicais do mundo. Estudo apresentado no evento aponta queda de 25% na destruição das florestas na última década.
Representantes de 30 países que abrigam florestas tropicais se comprometeram a firmar até a conferência Rio + 20, em 2012, um acordo de cooperação para conservar as três maiores florestas tropicais do mundo - floresta Amazônica, do Congo e Borneo-Mekong.  Esse foi o resultado da Cúpula de Chefes de Estado e Governos das Três Bacias de Florestas Tropicais que aconteceu em Brazzaville, no Congo, de 31 de maio a 3 de junho.

A cúpula reuniu representantes de 30 países das regiões, tais como Brasil, Colômbia, Equador, Congo, Camarões, República da África Central e ainda Indonésia, China e Tailândia, em um esforço de promover soluções de longo prazo para a gestão sustentável dessas florestas.

Para o WWF-Brasil, a iniciativa de promover esse encontro foi muito importante e o início do diálogo é promissor. “É um início, mas que, se os países levarem a sério, pode se transformar num acordo muito importante para o futuro das florestas”, afirmou o líder da Iniciativa Amazônia Viva da Rede WWF, Cláudio Maretti.

“Um acordo de cooperação regional entre as três florestas tropicais do mundo representa uma grande oportunidade para a conservação ambiental, uma vez que ajuda a expandir áreas protegidas, promove a troca de informações e experiências e harmoniza políticas sociais e econômicas”, concluiu Maretti.

As florestas Amazônica, do Congo e Borneo-Mekong representam um terço das florestas do planeta e desempenham um papel crucial na regulação do clima global, na manutenção da subsistência local e na proteção da biodiversidade do planeta. As florestas são a “casa” de 80% da biodiversidade terrestre e de 300 milhões de pessoas ao redor do mundo.

Para Lasse Gustavsson, diretor executivo de conservação da Rede WWF e que participou da cúpula,  “os governos precisam agora usar essa oportunidade criada durante a cúpula para continuar a caminhar em direção ao desenvolvimento de uma economia verde e para fortalecer seus comprometimentos, estabelecer metas concretas e tomar atitudes para preservar as florestas de mais degradação e desmatamento”.

Estudo da FAO aponta queda de 25% na destruição das florestas na última década

O Estado das Florestas na Bacia Amazônia, Bacia do Congo e no Sudeste da Ásia – estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para ser apresentado nessa semana na cúpula de Brazzaville aponta que porcentagem de destruição das três maiores florestas tropicais do mundo – Amazônia, do Congo e Borneo-Mekong – caiu 25% na última década.

O estudo indica que a área desmatada nas florestas das três regiões, que juntas somam 1.3 bilhões de hectares e abrigam 33% das florestas do planeta, foi de 5.4 milhões de hectares por ano entre 2000 e 2010, um quarto a menos que os 7.1 milhões da década anterior.  A Bacia Amazônica sofreu a maior perda: cerca de 3.6 milhões de hectares por ano entre 2000 e 2010. Segundo o estudo, apesar da queda, as taxas de desmatamento continuam extremamente altas em alguns países.

Ainda conforme a pesquisa, a Bacia Amazônica contém o maior percentual de floresta primária (80%), ou seja de floresta original que não sofreu impacto pela ação do homem, porém também é a que mais perde áreas de floresta.

Além disso, as três florestas juntas são responsáveis pelo estoque de 42% de todo o estoque de carbono em florestas do mundo, porém esse estoque sofreu uma redução de 1.2 gigatoneladas de carbono no período de 2000 a 2010, devido principalmente a redução da área de floresta.
Vegetação do Parque Nacional da Serra do Pardo, na floresta amazônica brasileira.
© WWF-Brasil/Adriano Gambarini
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