Fim da COP de clima em Brasília

novembro, 22 2006

Depois da COP de clima encerrada, Mariana Ramos fez um balanço de como foi cobrir um evento tão grande e tão distante. Mariana estava em Brasília enquanto Karen e Mauro participavam das reuniões no Quênia.

Por Mariana Ramos

Depois de 12 dias trabalhando sem descanso, chegamos, enfim, ao final da 12ª. COP de Clima. Acompanhar uma reunião dessas na África estando no Brasil não foi fácil. Como assessora de comunicação, minha função era saber, daqui, o que estava acontecendo lá, publicar no nosso site e repassar para os jornalistas os pontos mais importantes.

O mais difícil era conseguir comunicação com o Mauro e a Karen. Nem sempre estavam online e não era fácil conseguir ligar no celular. No primeiro dia, os celulares lá simplesmente não funcionavam por causa da enorme demanda. Só aí perdemos umas três entrevistas ao vivo, deixando as rádios completamente na mão...

Depois descobrimos que o jeito mais fácil de comunicar era por SMS de celular. Eu mandava uma mensagem do meu telefone e eles entravam online para discutirmos as estratégias de comunicação e os próximos passos.

Os horários que conseguíamos conversar eram sempre ingratos para todos. Com cinco horas a mais, eles conseguiam um tempinho para teclar na hora do almoço daqui do Brasil ou oito da noite também daqui. Numa dessas noites, a equipe de comunicação, que senta toda na mesma sala, deu muitas risadas com o Mauro. Ele contou que estava sentado debaixo da antena de wireless do hotel, para o sinal pegar melhor, 1h da manhã, correndo com o laptop na mão a cada 10 minutos para fugir da chuva e tentando enviar as fotos que ele tinha tirado no dia!!!!

Nos finais de semana e feriados eu tinha que estar sempre atenta se haviam mandado relatos. No dia 15 de novembro, pro exemplo, foi o dia em que o Brasil apresentou a proposta sobre redução compensada para o desmatamento. Aí, dá-lhe trabalho!!!! Era o que todos aqui no Brasil estavam esperando. Foi uma decepção ficar sabendo da pouca repercussão do assunto por lá!

Mas tinha momentos em que eu sentia mesmo pena dos dois. Acompanhar todas as reuniões, escrever blogs e ainda dar as entrevistas nos horários brasileiros não era mole! No último dia, fechamos o posicionamento do WWF-Brasil quase 23h de lá! O mais engraçado foi quando liguei pro Mauro para conferir as informações e ele ia me respondendo ofegante. Quando perguntei se ele estava correndo, a resposta foi: “esse bairro aqui é muito afastado, está super escuro e não tem mais quase ninguém aqui. Enquanto falo com você, estamos correndo para tentar conseguir um táxi!”

Depois que chegaram, na madrugada de segunda-feira, já tínhamos mais demandas de imprensa. A Karen, que ia dar a entrevista, nem conseguiu dormir porque tinha uma moto-serra (que ironia) fazendo poda de árvore na janela do apartamento dela. O Mauro foi acordado por um cortador de grama. Como ele foi o primeiro a chegar ao escritório, ainda um pouco tonto, escalei-o para a entrevista.

Pensando agora, com a poeira baixa, tudo parece muito divertido, mas na hora...

Cop de Clima em Nairóbi, no Quênia
© Mauro Armelin / WWF-Brasil
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