© Silas Ismael/WWF-Brasil

REFORÇO NO MONITORAMENTO DA ARARA AZUL

WWF-Brasil acaba de doar um veículo para apoiar a localização da espécie e seus ninhos pelo Instituto Arara Azul

 

11 de novembro de 2020 

Por WWF-Brasil

Os animais do Pantanal vêm sofrendo muito em 2020 por conta do recorde de queimadas. Para se ter uma ideia, 49% dos ninhos de araras cadastrados e monitorados pelo Instituto Arara Azul, parceiro do WWF-Brasil em Mato Grosso do Sul, foram impactados pelo fogo.

Ainda que o número de focos tenha caído no início de novembro, a situação ainda é longe estar sob controle. O combate aos incêndios continua no bioma que já teve mais de 25% da sua área devastada nos 10 primeiros meses do ano, um rastro de destruição que ainda será mensurado no trabalho de diagnóstico dos efeitos pós-fogo.

De 1º a 8 de outubro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 3.352 focos de incêndio em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo 1.298 somente no Pantanal. Neste mês, em igual período, os estados somam 817 focos de calor e, do total, 588 no bioma. Apesar da queda, ainda há dificuldade em combater o fogo, como na Serra do Amolar, em Corumbá.

Em Mato Grosso do Sul, esses efeitos já foram objeto de estudo em setembro de 2019, quando incêndio que devastou cerca de 60% do Refúgio Ecológico Caiman, em Miranda, atingindo, em diferentes graus de intensidade.

49% dos ninhos cadastrados pelo Instituto Arara Azul foram impactados pelo fogo

 

Doação para mapeamento de animais 
Para apoiar o Instituto Arara Azul no mapeamento de ninhos de animais da espécie durante e após as queimadas, o WWF-Brasil acaba de doar uma caminhonete Toyota Hilux (2009) ao Instituto Arara Azul. Durante a entrega, a bióloga Neiva Guedes, professora do Programa de PG em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidade Anhanguera-Uniderp, falou da ligação com WWF-Brasil, iniciada na década de 1990 e que se estendeu até 2005. “É parceria de longo prazo e recebemos este veículo como um reconhecimento do trabalho que realizamos e de seus resultados. Tenho imenso carinho pelo WWF e todo apoio é extremamente importante”.

A diretora executiva do instituto, Eliza Mense, reforçou que a parceria entre integrantes do terceiro setor é importante para fortalecer as ações. “O instituto tem sua sustentabilidade financeira pautada no apoio e nas parcerias que firma com empresas, organizações não governamentais e pessoas físicas”, explicou. “É reforço nas ações de conservação, no diagnóstico e prognóstico do que precisa ser feito; sabemos que o impacto na arara azul e nas outras espécies que interagem com a ave é muito maior a médio e longo prazo”, avaliou.

A doação do veículo faz parte de um projeto de ações emergenciais do WWF-Brasil. “Já se perdeu 25% do Pantanal, é um desastre sem precedentes; por isso, mobilizamos todo o poder da rede do WWF para desenvolver campanhas no foco em respostas que possam fazer diferença em campo”, disse o analista de conservação da entidade, Cássio Bernardino.

As ações emergenciais do WWF no Pantanal são desenvolvidas por meio de parcerias estratégicas para apoiar várias ações, como monitoramento e resgate de animais, ajuda humanitária, prevenção e combate ao fogo – como a estruturação de brigadas voluntárias e apoio a ações de pesquisa dos impactos do fogo -  e auxílio na estruturação das brigadas voluntárias. Na lista de parceiro, constam no momento o Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul), Centro de Resgate de Animais Silvestres do Mato Grosso do Sul (CRAS), Instituto Centro de Vida (ICV), Aldeia Indígena Perigara e Instituto Arara Azul.

© Bruno Carvalho/IAA/WWF-Brasil
Mais de 30% do Pantanal já foi queimado pelo fogo. O equivalente a 4 milhões de campos de futebol devastados