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© Silas Ismael/WWF-Brasil
Parceria com governo da Alemanha apoia treinamento anti-incêndio no Pantanal
Escalada de incêndios é decorrente da má utilização dos recursos hídricos, do manejo do fogo e da seca prolongada imposta pelas mudanças climáticas
29 de setembro de 2021
Combater incêndios no Pantanal tem se tornado um desafio maior a cada ano. A temporada de fogo se agrava à medida que a maior área alagável do planeta sofre com o aumento da estiagem e está secando, segundo dados do MapBiomas Água. A escalada de incêndios é decorrente da má utilização dos recursos hídricos, do manejo do fogo e da seca prolongada imposta pelas mudanças climáticas. Como forma de apoiar as pessoas da região nesta emergência local, o WWF-Brasil e o governo da Alemanha realizam o treinamento de brigadas civis e a doação de equipamentos de combate ao fogo.
Este é o segundo ano de treinamento com grupos das comunidades locais, numa estratégia de contenção, como primeiro combate ao fogo no território. Os incêndios de 2021 (até 5 de setembro) estão 13% abaixo da média dos últimos 10 anos e 51% abaixo da média dos últimos 3 anos, para o mesmo período.
A capacitação e entrega de equipamentos neste ano ocorre em agosto e setembro e em dezembro, e conta com a parceria local da Ecoa e do Prevfogo-Ibama. Além do combate ao fogo, os treinamentos focam na conservação da biodiversidade.
Em 2020, 67 pessoas foram treinadas e as brigadas receberam a doação de mais de 900 equipamentos, com o investimento de R$ 27.570. Neste ano, a meta é chegar a 50 novos brigadistas e doar 889 itens entre equipamentos de proteção individual, ferramentas de combate, com investimento de R$ 190 mil, especificamente para a compra destes itens. O projeto abarca ações de treinamentos e logísticas e o valor supera os R$ 500 mil, investidos por meio de uma parceria entre o WWF-Brasil e do governo da Alemanha.
Neste ano, a previsão é fortalecer e implementar sete brigadas, seis novas, e atualizar as que estão em atividade desde o ano passado. Além disso, a parceria com o governo da Alemanha trouxe uma nova frente, a capacitação de pecuaristas.
“Todas essas ações de treinamento de brigadas civis fazem parte do eixo prevenção e combate a incêndios florestais. Cada brigada tem capacidade de dar uma resposta inicial, em unidades mais perto de situação de incêndio. Essas brigadas têm mais agilidade na resposta emergencial e trabalham para evitar que o fogo tome grandes proporções”, explica Osvaldo Barassi Gajardo, especialista de conservação do WWF-Brasil.
Uma das funções da brigada comunitária é acionar o Corpo de Bombeiros e o ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para atuação pós-inicial. Para Gajardo, a estratégia neste contexto de mudanças climáticas é uma forma de adaptação. “Primeiro, a resposta da brigada comunitária, que está mais perto ou vive no território, depois o combate profissional. Tudo conectado.”
A inovação voltada à sensibilização e treinamento de pecuaristas é uma forma de integração desses agentes, muito relevantes e atuantes na paisagem pantaneira. Esta ação conta a parceria com o Consulado Geral da Alemanha no Brasil e é realizada com o apoio do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O treinamento será feito com pelo menos 40 pecuaristas.
“O Pantanal é assolado por incêndios desde 2019. No ano passado tivemos aproximadamente 30% da área do bioma perdidos para o fogo e já são três temporadas com números recordes, onde há uma enorme perda de biodiversidade e emissão de gases de efeito estufa, contribuindo para as mudanças climáticas. A formação de brigadas e capacitação de produtores rurais é um elemento fundamental no controle deste quadro. Este tipo de ação é um exemplo da capacidade colaboração entre governos e sociedade civil para endereçar os grandes desafios de reversão da degradação em nosso país”, ressalta Cassio Bernardino, coordenador de projetos do WWF-Brasil.
A sensibilização de pecuaristas e do setor produtivo, que tradicionalmente faz o manejo do fogo, é importante para ensinar boas práticas neste bioma. O uso do fogo faz parte da dinâmica e cultura das pessoas que o utilizam para renovação de pastagens, mas deve ser feito dentro da legalidade.
“Se não conseguirmos proteger melhor a natureza e o clima, sentiremos as consequências em tudo. Portanto, precisamos fazer um esforço conjunto que ultrapasse fronteiras. Para a Alemanha, uma maior proteção de um bioma como o Pantanal é um assunto de grande importância. É muito bom podermos contribuir para isso por meio do nosso projeto com o WWF”, ressalta Thomas Schmitt, cônsul geral da Alemanha em São Paulo.
Brigadas
Em 2020 as brigadas treinadas eram compostas por grupos de pessoas da aldeia Brejão (Nioaque/MS), de membros da APAIM (Associação de Pescadores Profissionais de Iscas de Miranda) que moram no início da estrada Parque Pantanal Sul (Miranda/MS), do Assentamento 72 (Ladário/MS), Porto Esperança (Corumbá/MS), Barra do São Lourenço/Porto Amolar (Corumbá/MS).
No ano passado também houve a doação de um kit para o Parque Estadual Nascentes do Taquari (Coxim/MS).
Agora em 2021, sete novas brigadas serão capacitadas e receberão equipamentos, além de um novo treinamento das brigadas formadas no ano passado. Os grupos formados neste ano estão localizados na aldeia La Lima (Miranda/MS), aldeia Mãe Terra (Miranda/MS), APAIM (Miranda/MS), Antonio Maria Coelho (Corumbá/MS), São Francisco (Corumbá/MS), e Paraguai-Mirim (Corumbá/MS), esta última formada apenas por mulheres.
“A importância deste tipo de trabalho é a mais prática. E busca transformar a dinâmica no território. Primeiro capacitando, sensibilizando e educando para o manejo do fogo, que na região é cultural, mas que agora aumenta a preocupação pelos longos períodos e extensões de áreas de estiagem. Criamos processos de mitigação de impacto e as pessoas do local tem o papel de multiplicadores em seu entorno. Essas parcerias apoiam as comunidades que já estão vivendo dias muitos difíceis”, explica André Luiz Siqueira, da Ecoa.
Este é o segundo ano de treinamento com grupos das comunidades locais, numa estratégia de contenção, como primeiro combate ao fogo no território. Os incêndios de 2021 (até 5 de setembro) estão 13% abaixo da média dos últimos 10 anos e 51% abaixo da média dos últimos 3 anos, para o mesmo período.
A capacitação e entrega de equipamentos neste ano ocorre em agosto e setembro e em dezembro, e conta com a parceria local da Ecoa e do Prevfogo-Ibama. Além do combate ao fogo, os treinamentos focam na conservação da biodiversidade.
Em 2020, 67 pessoas foram treinadas e as brigadas receberam a doação de mais de 900 equipamentos, com o investimento de R$ 27.570. Neste ano, a meta é chegar a 50 novos brigadistas e doar 889 itens entre equipamentos de proteção individual, ferramentas de combate, com investimento de R$ 190 mil, especificamente para a compra destes itens. O projeto abarca ações de treinamentos e logísticas e o valor supera os R$ 500 mil, investidos por meio de uma parceria entre o WWF-Brasil e do governo da Alemanha.
Neste ano, a previsão é fortalecer e implementar sete brigadas, seis novas, e atualizar as que estão em atividade desde o ano passado. Além disso, a parceria com o governo da Alemanha trouxe uma nova frente, a capacitação de pecuaristas.
“Todas essas ações de treinamento de brigadas civis fazem parte do eixo prevenção e combate a incêndios florestais. Cada brigada tem capacidade de dar uma resposta inicial, em unidades mais perto de situação de incêndio. Essas brigadas têm mais agilidade na resposta emergencial e trabalham para evitar que o fogo tome grandes proporções”, explica Osvaldo Barassi Gajardo, especialista de conservação do WWF-Brasil.
Uma das funções da brigada comunitária é acionar o Corpo de Bombeiros e o ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para atuação pós-inicial. Para Gajardo, a estratégia neste contexto de mudanças climáticas é uma forma de adaptação. “Primeiro, a resposta da brigada comunitária, que está mais perto ou vive no território, depois o combate profissional. Tudo conectado.”
A inovação voltada à sensibilização e treinamento de pecuaristas é uma forma de integração desses agentes, muito relevantes e atuantes na paisagem pantaneira. Esta ação conta a parceria com o Consulado Geral da Alemanha no Brasil e é realizada com o apoio do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O treinamento será feito com pelo menos 40 pecuaristas.
“O Pantanal é assolado por incêndios desde 2019. No ano passado tivemos aproximadamente 30% da área do bioma perdidos para o fogo e já são três temporadas com números recordes, onde há uma enorme perda de biodiversidade e emissão de gases de efeito estufa, contribuindo para as mudanças climáticas. A formação de brigadas e capacitação de produtores rurais é um elemento fundamental no controle deste quadro. Este tipo de ação é um exemplo da capacidade colaboração entre governos e sociedade civil para endereçar os grandes desafios de reversão da degradação em nosso país”, ressalta Cassio Bernardino, coordenador de projetos do WWF-Brasil.
A sensibilização de pecuaristas e do setor produtivo, que tradicionalmente faz o manejo do fogo, é importante para ensinar boas práticas neste bioma. O uso do fogo faz parte da dinâmica e cultura das pessoas que o utilizam para renovação de pastagens, mas deve ser feito dentro da legalidade.
“Se não conseguirmos proteger melhor a natureza e o clima, sentiremos as consequências em tudo. Portanto, precisamos fazer um esforço conjunto que ultrapasse fronteiras. Para a Alemanha, uma maior proteção de um bioma como o Pantanal é um assunto de grande importância. É muito bom podermos contribuir para isso por meio do nosso projeto com o WWF”, ressalta Thomas Schmitt, cônsul geral da Alemanha em São Paulo.
Brigadas
Em 2020 as brigadas treinadas eram compostas por grupos de pessoas da aldeia Brejão (Nioaque/MS), de membros da APAIM (Associação de Pescadores Profissionais de Iscas de Miranda) que moram no início da estrada Parque Pantanal Sul (Miranda/MS), do Assentamento 72 (Ladário/MS), Porto Esperança (Corumbá/MS), Barra do São Lourenço/Porto Amolar (Corumbá/MS).
No ano passado também houve a doação de um kit para o Parque Estadual Nascentes do Taquari (Coxim/MS).
Agora em 2021, sete novas brigadas serão capacitadas e receberão equipamentos, além de um novo treinamento das brigadas formadas no ano passado. Os grupos formados neste ano estão localizados na aldeia La Lima (Miranda/MS), aldeia Mãe Terra (Miranda/MS), APAIM (Miranda/MS), Antonio Maria Coelho (Corumbá/MS), São Francisco (Corumbá/MS), e Paraguai-Mirim (Corumbá/MS), esta última formada apenas por mulheres.
“A importância deste tipo de trabalho é a mais prática. E busca transformar a dinâmica no território. Primeiro capacitando, sensibilizando e educando para o manejo do fogo, que na região é cultural, mas que agora aumenta a preocupação pelos longos períodos e extensões de áreas de estiagem. Criamos processos de mitigação de impacto e as pessoas do local tem o papel de multiplicadores em seu entorno. Essas parcerias apoiam as comunidades que já estão vivendo dias muitos difíceis”, explica André Luiz Siqueira, da Ecoa.