© Marizilda Cruppe / WWF

TECNOLOGIA PARA PROTEGER A AMAZÔNIA 

WWF-Brasil doa 14 drones para organizações que trabalham no bioma e treina 40 pessoas para operarem essa ferramenta 

19 de maio de 2020

Popularmente conhecidos como drones, os veículos aéreos não tripulados (vants) têm enorme potencial para ações de proteção ambiental - são uma ferramenta de baixo impacto e podem ser utilizados para monitoramento e fiscalização em diferentes paisagens, como florestas, rios e savanas. “Uma hora de sobrevôo de helicóptero custa R$ 10 mil. Com esse dinheiro, é possível comprar um drone de boa qualidade e que terá cerca de 5 anos de vida útil”, diz Osvaldo Gajardo, analista de conservação do WWF-Brasil. A vantagem dessa tecnologia, contudo, vai além do valor monetário. Ela também garante mais agilidade, autonomia e segurança para as pessoas e as organizações que atuam em defesa da Amazônia. 

Pensando nisso, o WWF-Brasil firmou parceria com instituições locais para a doação de 14 drones e, de 10 a 12 de dezembro de 2019, capacitou 40 pessoas para operarem essa tecnologia. “Foi muito importante empoderarmos agentes de conservação, como policiais e indígenas, porque agora eles poderão usar essa ferramenta aliada a outras complementares, como o Avenza Maps e o Global Forest Watch, para definir áreas prioritárias de conservação”, afirma Felipe Spina Avino, um dos instrutores do curso. “O WWF-Brasil já trabalha há muito tempo com o uso de drones para combate a incêndios e manejo integrado do fogo”, acrescenta. 

DECISÕES ESTRATÉGICAS

Com drones, é possível mapear, filmar e fotografar áreas que estão sob ameaça, incluindo as coordenadas geográficas, e passar informações precisas para a polícia e o Ministério Público coibirem crimes. A fiscalização em áreas de mata fechada e de difícil acesso também pode ser intensificada, ajudando a prevenir e a monitorar queimadas e incêndios florestais. Gajardo afirma que esses dados permitem a tomada de decisões estratégicas tanto sobre como combater o fogo quanto atividades ilícitas. Ele  explica que o equipamento minimiza a exposição a riscos porque a vigilância pode ser feita à distância, evitando enfrentamentos com criminosos que devastam a floresta, como grileiros, garimpeiros e madeireiros.

Drones, que já são usados por forças policiais e de fiscalização em boa parte do mundo, agora chegam às mãos também de organizações sociais e de povos indígenas que batalham pela conservação da Amazônia. “A gente sofre muito com o fogo. Vou mostrar o que aprendi no curso pro meu povo”, afirma Josiel Tenharim, da Associação do Povo Indígena Tenharim Morõguitá (Apitem). “O WWF é uma ong. A CPI é uma ong. As ongs se juntando fortalece muito. É um ajudando o outro”, diz Ismael Shanenawa, uma das lideranças da aldeia Shane Kaya, na Terra Indígena Katukina / Kaxinawá, no Acre.

VEJA MAIS IMAGENS