outubro, 31 2007
O Seminário "Consumo e Produção Sustentável de Energia Elétrica no Brasil" será realizado no Auditório do Interlegis, no Senado Federal, dia 08 de novembro, das 9h às 18h. O evento é uma realização da Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas, com apoio do WWF-Brasil e da Frente Parlamentar Ambientalista.
O principal objetivo do evento é ressaltar as potencialidades e identificar oportunidades e barreiras para a produção de energia renovável não-convencional e eficiência energética no país, com enfoque nas mudanças climáticas. As inscrições podem ser feitas pelo site www.interlegis.gov.br.
Além do painel de abertura "Mudanças Climáticas e Energia: desafios e oportunidades no Brasil", haverá o painel "Diferentes Cenários de Energia Elétrica: demanda e oferta". Depois, serão apresentados painéis simultâneos sobre Eficiência Energética e Energia Eólica e Biomassa e Solar Térmica. Estes quatro painéis serão norteados pela seguinte pergunta: quais são as barreiras e oportunidades para o desenvolvimento e aplicação no Brasil? Confira a programação prévia.
O Brasil e as Mudanças Climáticas
Segundo os relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU) e que reúne cientistas de várias nacionalidades, há certeza quase absoluta que as elevações de temperatura verificadas ultimamente decorrem das atividades humanas. Ou seja, os gases de efeito estufa que a humanidade joga na atmosfera estão causando as mudanças climáticas.
O Brasil é o quarto colocado no ranking dos maiores emissores mundiais de gases causadores do aquecimento do planeta, principalmente por causa do desmatamento da Amazônia e das queimadas. No mundo, a principal causa de emissão de gases de efeito estufa é o setor de energia, responsável por 37% de todas as emissões de gás carbônico, o que significa 23 bilhões de toneladas de CO2 por ano, mais de 700 toneladas por segundo.
Por enquanto, a matriz energética brasileira é considerada uma das mais limpas do planeta. Atualmente, 75% da energia gerada no país vêm de hidrelétricas. Entretanto, com os recentes leilões nacionais de energia, as termelétricas movidas a gás têm ganhado espaço. Se o Brasil optar por seguir o modelo energético das nações industrializadas, isso pode se tornar um problema para o clima mundial.
Em setembro de 2006, o WWF-Brasil e parceiros lançaram o estudo Agenda Elétrica Sustentável 2020. O relatório aponta que as técnicas de eficiência energética têm o potencial de reduzir em até 38% a demanda por eletricidade até 2020, e juntamente com a expansão de energias renováveis não-convencionais - como biomassa, eólica e termosolar –, podem representar uma economia de R$ 33 bilhões para o bolso dos cidadãos brasileiros. Além disso, é preciso que o Brasil continue investindo em energias limpas e reverta a tendência de crescimento de termelétricas baseadas na queima de combustíveis fósseis.
A Agenda Elétrica Sustentável indica uma série de medidas que, se forem implantadas pelo governo brasileiro, devem gerar de oito milhões de empregos, estabilização das emissões dos gases causadores do efeito estufa e afastar o fantasma de novos apagões. Algumas das medidas recomendadas incluem padrões de eficiência, mais investimentos em rótulos para eficiência energética, como o Procel, instrumentos de incentivos fiscais como subsídios ou isenções e a adoção de padrões mínimos para novas construções como, por exemplo, a necessidade de instalação de aquecedores solares de água.