Comunidades agroextrativistas do Peruaçu inventam maquinário para incrementar produção
janeiro, 25 2021
Ação é resultado de uma iniciativa do WWF-Brasil em parceria com o Instituto Invento, e o CEPF (Critical Ecosystem Parternership Fund), Central do Cerrado e Cooperuaçu
Foram necessários quase dois anos, mas aconteceu. A semente foi plantada em dezembro de 2018 quando os trabalhadores Cooperativa dos Agricultores Familiares e Extrativistas do Vale do Peruaçu, na comunidade de Areião na região do Mosaico Sertão Veredas Peruaçu participaram de uma oficina de co-criação de tecnologias apropriadas. Os frutos foram colhidos este mês. A partir de suas necessidades, os participantes priorizaram cinco equipamentos para serem desenvolvidos: uma máquina de colher mandioca, uma plantadeira de milho e feijão, uma máquina de extrair castanha de pequi, uma máquina de extrair farinha de jatobá e uma máquina de extrair creme de pequi, sendo as três últimas associadas ao extrativismo vegetal sustentável.
A iniciativa do WWF-Brasil em parceria com o Instituto Invento, a Central do Cerrado e o CEPF (Critical Ecosystem Parternership Fund) tinha como intenção aperfeiçoar e/ou criar máquinas que otimizassem o beneficiamento dos frutos nativos do Cerrado e ampliar a escala de comercialização.
“Quando realizamos a segunda oficina pensamos logo focar em uma segunda versão para estas três tecnologias do extrativismo vegetal sustentável, dada a potencialidade de ganho de escala e impacto que elas poderiam trazer no beneficiamento de frutos do Cerrado como o pequi e o jatobá, por exemplo”, conta Vinícius Pereira, analista de Conservação do WWF-Brasil.
Protagonismo, autonomia das comunidades rurais e empreendimento comunitário foram os pilares norteadores das oficinas que desenvolveram maquinário para beneficiamento de castanha de baru, castanha de pequi, farinha de jatobá e creme de pequi. As máquinas desenhadas pelos próprios participantes e construídas de forma participativa, resultando num produto totalmente de acordo com a realidade local e com baixo custo.
“Essas tecnologias vão possibilitar acesso a novos mercados. Como a farinha de jatobá, por exemplo, que hoje é um produto obtido no modo artesanal e não alcança a exigência do mercado consumidor da indústria alimentícia. Já no caso da castanha do pequi há um mercado ávido por este produto, mas não há oferta em quantidade, qualidade e regularidade exigidas”, completa Vinicius.