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Lançado em outubro de 2006, o Projeto Florestar PIC Natureza - uma parceria entre o WWF-Brasil e a Cia Itaú de Capitalização que visa a restauração florestal e proteção dos recursos hídricos em áreas de Mata Atlântica - apresenta seus primeiros resultados. Cerca de 22 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica já foram plantadas nas três regiões de abrangência do projeto – Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais – recuperando aproximadamente 15 hectares de floresta. Com duração inicial de um ano, o projeto prevê a restauração de 30,5 hectares de floresta com o plantio de mais de 62 mil mudas até outubro deste ano.
“O Itaú colabora para esse projeto destinando a ele uma porcentagem de recursos originários do PIC Natureza, um título de Capitalização comercializado entre setembro e outubro de 2005, no qual o cliente contribui mensalmente e concorre a prêmios em dinheiro”, explica Osvaldo Nascimento, diretor Itaú Capitalização, empresa do Banco Itaú Holding Financeira SA.
No Rio de Janeiro, a instituição beneficiada pelo projeto, Associação Mico-Leão-Dourado, coordenou o plantio de 6 mil mudas de espécies nativas, que garantiram a recuperação de 2.2 hectares de floresta. Luciana Simões, especialista em conservação da Mata Atlântica do WWF-Brasil, lembra que recuperar pequenos trechos entre matas isoladas, ou seja, construir corredores ecológicos, tem grande importância, pois possibilita a ligação de grandes áreas verdes: “só no estado do Rio, por exemplo, o trabalho realizado em dois hectares conectou 380 hectares de florestas nativas na região”, aponta. A meta para o Estado é restaurar 13 hectares com o plantio 32,5 mil mudas de espécies nativas. Novas áreas prioritárias para o plantio já foram mapeadas.
Em Minas Gerais, onde o projeto conta com a parceria da Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas, foram restaurados 9,2 hectares de floresta nativa, com o plantio de quase 6 mil mudas. Este trabalho possibilitará a recuperação de um corredor florestal capaz de conectar importantes áreas de remanescentes de Mata Atlântica no Vale do Rio Doce, ao leste do estado, como Feliciano Miguel Abdalla e Mata do Sossego. Minas deve chegar ao final de 12 meses com um total de 15 mil mudas plantadas, o que garantirá a restauração de 13 hectares de floresta. Além disso, a Rede de Intercâmbios e parceiros locais tem realizado o diagnóstico participativo da região, que culminou no I Encontro Regional da Agricultura Familiar. O evento abriu espaço para a discussão sobre o processo de modernização da agricultura e de seus impactos socioambientais.
Já em São Paulo o projeto representado pelo Instituto Giramundo Mutuando prevê recuperar 4,5 hectares com o plantio de 15 mil mudas num período de nove meses. Somente nos quatro primeiros já foram plantadas 10 mil mudas, contribuindo para a restauração de uma área superior a 2 hectares. A ação recuperou cinco nascentes da região, que integram área de recarga do Sistema Aqüífero Guarani. O Instituto também realizou experiências agroecológicas em uma área de 10 hectares.
O vice-presidente do Itaú e da Fundação Itaú Social, Antonio Matias, ressalta que o Pic Natureza faz parte do compromisso do Itaú de contribuir para o desenvolvimento sustentável. “Essa é mais uma iniciativa do banco para trazer o conceito de sustentabilidade para sua linha de negócios”, afirma.
Já Mônica Rennó, superintendente de Marketig e relações Coorporativas do WWF-Brasil, lembra que, através do Projeto Florestar PIC Natureza, o Banco Itaú “envolve seus clientes na causa ambiental, além de disseminar a empresas parceiras e outras instituições do setor a importância de se adotar práticas compatíveis à sustentabilidade”.
Cada uma das três organizações parceiras - Associação Mico-Leão-Dourado, no Rio de Janeiro; Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas, em Minas Gerais e Instituto Giramundo Mutuando, em São Paulo - utiliza estratégias de conservação da natureza adequadas à realidade de cada região. As metodologias utilizadas nas atividades de restauração florestal e proteção de recursos hídricos são similares e vão muito além do plantio de mudas. “As pessoas têm se mostrado muito receptivas às ações e já entenderam que é necessário recuperar as florestas que perderam ou aumentar as que já tem. Plantar árvores evita a perda do solo, tão importante para a função agrícola das terras e, assim, percebemos que a causa ambiental vai muito além da ‘questão verde’, e atinge a esfera socioeconômica”, conclui Luciana Simões. Os trabalhos incluem a realização de diagnósticos, planejamento, comunicação, capacitação e educação ambiental.