junho, 02 2008
Embora pareça lógico que águas, florestas e solos são dependentes entre si, as políticas públicas brasileiras que regem o uso destes recursos naturais ainda são isoladas, ou seja, não se integram como ocorre na natureza. Este paradoxo produz, em algumas situações, decisões conflitantes quanto ao uso destes recursos, duplicando ou, até mesmo, impactando negativamente os esforços de conservação ambiental.
Em resposta à ação iniciada pelo WWF-Brasil, Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Fundação SOS Mata Atlântica e SRHU/MMA, na busca de soluções para este dilema, foi criado, no âmbito do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, o Grupo de Trabalho Água e Floresta, cujo principal objetivo é promover a integração dos conceitos de água, solo e floresta no âmbito das políticas pública brasileiras.
Nos dias 27 e 28 de maio, o GT promoveu uma Oficina com os objetivos de homogeneizar o conhecimento sobre o tema Água, Floresta e Solos; demonstrar como a conservação ambiental contribui para promover os usos múltiplos da água; destacar a conservação dos recursos naturais como prerrogativa para o desenvolvimento econômico e gerar subsídios para uma proposta de resolução, visando integrar as políticas de Recursos Hídricos, Florestais e de Uso dos Solos.
Nessa reunião, além de nivelar e atualizar os conhecimentos de todos os participantes sobre o andamento dos trabalhos o GT discutiu de que maneira suas ações podem ser intensificadas e sobre como monitorar a moção número 35, proposta pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, e que entre outras questões, recomenda ações de fomento à integração das políticas públicas de recursos hídricos, florestais e de conservação no Plano Nacional de Recursos Hídricos.
Para o coordenador do Programa Água para a Vida, do WWF-Brasil, Samuel Barrêto, os trabalhos desenvolvidos semana passada contribuirão na identificação de medidas concretas que permitam amplificar as ações que já integrem tais políticas e ações, assim como fomentar outras que ainda ocorram de forma isolada.
“Damos mais um passo concreto no aprimoramento das políticas publicas que permitam combinar desenvolvimento econômico e social com proteção dos recursos naturais, especialmente a água”, avalia Barrêto.
A Oficina foi realizada pelo GT Água e Floresta da Câmara Técnica de Assuntos Legais e Institucionais – CTIL do Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH, teve o apoio da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente – SRHU/MMA, Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo – SMA/SP, WWF-Brasil, Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – RBMA, The Nature Conservancy – TNC e da Coca-Cola Brasil.