Rozan faz a diferença no Jauaperi
março, 17 2010
Morador da comunidade de Itaquera, situada às margens do Rio Jauaperi, Rozan divide seu tempo entre o trabalho artesanal e a defesa do rio Jauaperi: ele é agente ambiental voluntário e luta pela criação da resex Baixo Rio Branco - Jauaperi.
Rozan Dias da Silva foi o prático do barco Sebastião Gomes, que levou a equipe do WWF-Brasil no mês de fevereiro às comunidades do Rio Jauaperi. A figura do prático é essencial para navegar pelos rios da Amazônia - é ele quem guia os barcos desviando das pedras ou bancos de areia – e Rozan conhece o rio como a palma de sua mão. Enquanto todos a bordo só vêem água por todos os lados, ele muda a direção do barco porque sabe que estamos nos aproximando de uma pedra. Esse conhecimento ele adquiriu durante os 28 anos - dos 41 anos de vida - que navega pela região. “Eu tenho um GPS na cabeça. Conheço todo o rio de tanto andar por aqui”, diz Rozan atento no percurso.
Morador da comunidade de Itaquera, situada às margens do Rio Jauaperi, Rozan usava esse conhecimento para pescar comercialmente. Hoje, não há mais pesca. Além de prático, ele divide seu tempo entre o trabalho artesanal e a defesa do meio ambiente: Rozan é agente ambiental voluntário.
Ele alerta os comunitários sobre a importância da preservação da natureza e defende veementemente a criação da reserva extrativista Baixo Rio Branco-Jauaperi, além de também ficar de olho nos barcos de pescadores ilegais que invadem o rio. Corajosamente, Rozan vai até os barcos e tenta conversar com a tripulação para convencê-los a ir embora. Nem sempre a recepção é amigável: já foi ameaçado de morte algumas vezes e mais recentemente parte de sua casa foi depredada por inimigos declarados.
Quando perguntado sobre como decidiu defender o meio ambiente, ele diz: “a gente percebeu que os peixes estão acabando. Se continuar assim, nas próximas cheias do rio, vamos passar fome”.
Rozan espera alguma resolução sobre a criação da resex tanto para proteção da sua terra como para poder ter uma vida melhor. Ele acredita que, se criada, a reserva extrativista trará mais fiscalização à área, amenizará os conflitos existentes, garantirá o direito da comunidade de permanecer no local e permitirá a manutenção do modo de vida dos ribeirinhos.