Alimentos e itens de higiene chegam a populações da Amazônia
Por Marcos Pedroso
O avanço da Covid-19 aprofundou as desigualdades no Brasil, pois os impactos da pandemia vêm atingindo com mais força os vulneráveis, que além da doença sentem os efeitos econômicos da crise. Para piorar, neste segundo ano de pandemia, rios do interior da Amazônia bateram recorde de cheias, inundando grandes porções de terras e fragilizando ainda mais essas populações. Para aliviar o sofrimento dessas pessoas, o WWF-Brasil firmou parcerias com o CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas) e a Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), levando mais de 17 toneladas de alimentos e kits de higiene para ribeirinhos do sul do Amazonas e territórios indígenas do Amazonas e do Pará.
A aliança foi fundamental para que essa ação fosse realizada, salienta Henrique Santiago, analista de conservação do WWF-Brasil. “CNS e Coiab identificaram que a insegurança alimentar era a principal demanda e também apontaram os locais que seriam contemplados pelo projeto”, relata Santiago. “Mais de 710 famílias, ou 3 mil pessoas, foram beneficiadas com entregas realizadas no mês de junho. Elas vinham tentando manter o distanciamento social por conta da Covid-19 e ainda enfrentaram as cheias dos rios, o que aumentou a insegurança alimentar”, acrescenta.
Essa não foi a primeira ação humanitária do WWF-Brasil no contexto da pandemia. Desde que a Covid-19 se espalhou pelo país, a organização tem trabalhado para minimizar o sofrimento de populações fragilizadas. Na Amazônia, ajudou a instalar quatro Unidades de Atenção Primária Indígena (Uapi), para atendimento a 4,6 mil pessoas, e a equipar cinco Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei), com potencial para beneficiar outras 24 mil. Em parceria com mais de 70 organizações locais, entregou mais de 217 toneladas de alimentos em oito estados da Amazônia Legal, beneficiando no total mais de 9.100 famílias indígenas, extrativistas, rurais, periurbanas e de comunidades tradicionais – ou 35,8 mil pessoas.
“O CNS, o WWF-Brasil e outras instituições vêm desenvolvendo importantes ações de apoio junto as organizações de base e populações extrativistas no enfrentamento à pandemia de Covid-19. Essas ações culminam em apoio emergencial e solidário, como ocorreu com as doações de cestas básicas, mas também já houve captação de recursos para a disseminação de materiais de comunicação para conscientizar a população a se prevenir da doença”, diz Dione Torquato, secretário-geral do CNS.